(O Globo) “Eternos adversários no Congresso, os defensores dos direitos da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) e a bancada evangélica se preparam para duros embates com a chegada de Jean Wyllys (PSOL) e a volta da ex-deputada e agora senadora Marta Suplicy (PT-SP).”
“Jean foi à tribuna da Câmara, apresentou-se como primeiro deputado representante legítimo da comunidade e avisou que coletará assinaturas para a proposta de emenda constitucional (PEC) que garante o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.”
“No contra-ataque, a frente parlamentar evangélica traçou a estratégia de ação conjunta dos 75 parlamentares que compõem o colegiado (72 deputados e três senadores). Em relação à última legislatura, quando foram eleitos 36 parlamentares evangélicos, a bancada recuperou a capacidade de articulação no Congresso.”
“Entre os alvos da bancada evangélica está o projeto que criminaliza a homofobia, já aprovado na Câmara e pendente de decisão no Senado. A proposta tem como relatora a senadora Marta Suplicy, que desarquivou o projeto.”
“Jean Wyllys tem conversado com colegas de plenário para tentar reativar a frente mista em defesa da cidadania, além do apoio à PEC do casamento civil entre homossexuais.”
“A adesão à frente vem crescendo, e mais de 70 parlamentares já assinaram o documento para a sua criação. O maior problema será o apoio à PEC do casamento civil.”
“A senadora Marta Suplicy, que desarquivou a proposta legalizando a união estável, admite que a iniciativa do casamento civil, sugerida por Wyllys, é mais ampla:
– Decidi desarquivar o projeto de união estável. Acho que tem mais possibilidade no Senado, não é PEC. Mas é importante caminharmos juntos. Se passar o casamento civil, a união cai. O casamento é o objetivo dos homossexuais. A iniciativa do Jean é ousada e corajosa, provoca a discussão necessária.”
Acesse essa matéria em pdf: Esquenta briga no Congresso Nacional a favor dos direitos dos gays (O Globo – 06/03/2011)
Leia também entrevista com a senadora Marta Suplicy:
“As polêmicas [na eleição], que foram de enorme retrocesso, também tiveram um significado de desagrado para a população. Foi muito ruim o que aconteceu na última campanha e não permitiu avanços. Mas, acabada a campanha eleitoral, temos um período mais calmo, em que assuntos mais complexos podem ser tratados.” – O Legislativo se acovardou e o mundo andou a passos grandes (O Globo – 06/03/2011)