(Observatório da Imprensa) Artigo assinado por Liliane Machado analisa o trabalho de “jornalistas e publicitários que fecham os olhos e tapam os ouvidos frente às reivindicações do novo consumidor (na verdade, nem tão novo assim), um indivíduo preocupado com os abusos da utilização de imagem, de um modo geral e, mais especificamente, com a representação dos integrantes das chamadas minorias sociais: mulheres, negros, homossexuais, indígenas, dentre outros.”
Sandy e cerveja Devassa
A pesquisadora usa como exemplo a campanha publicitária da Devassa, lançada poucos dias antes do Carnaval com a cantora Sandy como sua garota propaganda, e uma matéria da Folha Online publicada no último dia 3 de março sob o título “Por um milhão, Sandy ‘vira devassa’ em campanha de cerveja”.
Tanto a campanha como o artigo “são emblemáticos da postura irresponsável que imprensa e publicidade assumem nesses casos”. No caso da matéria, “nenhuma palavra sobre o impacto social despertado pela associação entre mulher e objeto, a qual resulta na concepção de que as mulheres, assim como as cervejas, podem ser degustadas, apreciadas e, quiçá, descartadas, conforme o gosto do freguês”.
Discurso preconceituoso
De acordo com Liliane Machado, “o discurso jornalístico e o publicitário unem-se na articulação de imagens e textos preconceituosos para representar as mulheres no período do carnaval.”
Para ela, “além de repetitivo e monótono, pode-se afirmar que se trata de um retorno tosco à relação de assimetria entre os gêneros masculino e feminino, o qual vem sendo denunciado por grupos feministas de nacionalidades diversas há mais de um século”.
Leia na íntegra: Publicidade e preconceito: As mulheres e o Carnaval, por Liliane Machado (Observatório da Imprensa – 15/03/2011)