(Terra, 29/05/2016) Manifestações contra a violência e a favor dos direitos das mulheres em várias cidades brasileiras são destaque na imprensa alemã. “Um caso de violência sexual abala o Brasil”, afirma jornal “Süddeutsche Zeitung”.
Os protestos contra o machismo e a misoginia na sociedade brasileira, motivados pelo caso de estupro de uma menor de idade numa favela do Rio de Janeiro, foram destacados pela imprensa alemã neste sábado (28/05), com imagens dos protestos na capital fluminense.
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Mulheres marcham contra cultura do estupro em Campina (Paraíba Online, 30/05/2016)
Viva Maria: Movimentos feministas protestam no DF contra violência sexual (Radioagência Nacional, 30/05/2016)
Centenas protestam no Paraná contra a cultura do estupro (Bem Paraná, 29/05/2016)
Milhares de mulheres marcham em Brasília contra a cultura do estupro (Agência Brasil, 29/05/2016)
Após estupro coletivo no RJ, moradores protestam pelo fim da violência contra mulher em Foz do Iguaçu (Massa News, 29/05/2016)
Ato contra violência sexual estende varal com roupas sujas de sangue no Rio (EM, 29/05/2016)
“Um caso de violência sexual abala o Brasil”, afirma o jornal Süddeutsche Zeitung. “Lideranças políticas e várias organizações de defesa dos direitos das mulheres classificaram o caso de ‘bárbarie’, e em muitas cidades houve protestos”, escreve o diário de Munique.
O jornal destaca ainda que a presidente afastada Dilma Rousseff chamou o caso de “barbárie” e que o presidente interino Michel Temer declarou ser “um absurdo que um crime bárbaro como esse aconteça em pleno século 21”. O Süddeutsche informa que Temer vai criar um departamento para o combate a crimes contra a mulher na Polícia Federal.
Já o site Spiegel Online afirma que “centenas de milhares protestam contra o machismo e a violência”. A reportagem intitulada “Suposto estupro coletivo no Brasil: ‘um crime bárbaro'” começa descrevendo o vídeo de 40 minutos que mostra a vítima e circulou pelas redes sociais.
Leia mais:
Mulheres fazem manifestação pelo fim da cultura do estupro, em Goiânia (G1, 29/05/2016)
Ato condena a cultura do estupro e o machismo em Porto Alegre (Diário Catarinense, 29/05/2016)
Mulheres fazem ato contra estupros na calçada de shopping em Salvador (Correio 24 Horas, 28/05/2016)
‘Apitaço’ em frente à Delegacia da Mulher, em Manaus, faz alerta contra o estupro (D24am, 28/05/2016)
Ato no vão-livre do Masp lança reflexão sobre casos de estupro no país (Agência Brasil, 27/05/2016)
O site destaca que mulheres convocaram protestos em redes sociais, como Facebook e Twitter e mais de 750 mil usuários do Facebook mudaram sua foto de perfil e adotaram a mensagem “pelo fim da cultura do estupro”. No Twitter, a hashtag #UmDiaSemEstupro entrou nos trending topics, e uma imagem do artista Matheus Ribs, que mostra uma mulher crucificada e sangrando, viralizou.
“O desprezo às mulheres se mostra em muitos locais [do Brasil]: casos de violência e ataques sexuais são frequentemente minimizados, mulheres são sexualizadas em programas de televisão e telenovelas. Também na política domina a antiga divisão de papéis. O Brasil acabou de suspender sua primeira presidente: Rousseff não se encaixa direito na imagem brasileira de mulher, é vista como fria e fechada e foi frequentemente alvo de declarações sexistas de seus adversários”, afirma o Spiegel Online.
A reportagem lembra que o gabinete de Temer é composto exclusivamente de homens brancos, e que o Congresso discute uma lei de aborto conservadora. “Valores morais conservadores fazem com que, frequentemente, a vítima é criminalizada, e não os criminosos.”
O site da emissora Deutschlandfunk também noticia os protestos contra a violência. “‘Um atentado a todas as mulheres'” é o título da matéria. “O Brasil está chocado: dezenas de homens teriam estuprado uma menina de 16 anos no Rio. Fotos e vídeos de celular foram colocados na internet”, relata a emissora.
“Centenas de mulheres protestaram no Rio de Janeiro contra a violência sexual. Muitas pintaram o símbolo da feminilidade [símbolo de Vênus] no rosto. Milhares de usuários da internet expressaram sua indignação com o slogan eu luto pelo fim da cultura do estupro e a hashtag #EstuproNuncaMais”, afirma a emissora, uma das mais influentes e respeitadas da Alemanha.
Acesse no site de origem: Imprensa alemã destaca protestos de mulheres e fala em barbárie (Terra, 29/05/2016)