(R7, 03/06/2016) Eles afirmaram que 37 países e territórios nas Américas estão lidando no momento com a doença.
Representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertaram nesta sexta-feira que “milhares” de crianças infectadas com o vírus Zika podem apresentar malformações neurológicas e disseram que países que enfrentam o surto precisam estar vigilantes para problemas que vão além dos amplamente relatados casos de microcefalia.
Entre os problemas estão espasticidade, convulsões, irritabilidade, dificuldades na alimentação e problemas com a visão e evidência de anomalias cerebrais graves.
Autoridades de saúde haviam concluído previamente que a infecção do Zika em gestantes causava a microcefalia, uma malformação craniana em bebês. Agora se acredita que os problemas neurológicos para as crianças podem ir bem além.
Em um editorial publicado no boletim da OMS, especialistas afirmaram que 37 países e territórios nas Américas estão lidando no momento com o Zika, que é principalmente transmitido pelo Aedes aegypti e também pelo sexo sem proteção.
No Brasil, o país mais atingido até agora, autoridades confirmaram mais de 1.400 casos de microcefalia, que se acredita terem associação com o Zika.
“Com tal disseminação, é possível que muitas milhares de crianças vão ter problemas neurológicos de moderados a graves”, declarou o editorial.
“Evidências existentes e informações não publicadas compartilhadas com a OMS destacam uma gama ampla de anomalias congênitas, provavelmente ligadas à infecção com o vírus Zika no útero”, disse o texto.
A organização defendeu sistemas rotineiros de vigilância e a ampliação de pesquisas para incluir uma população maior do que simplesmente crianças com microcefalia.
Autoridades norte-americanas estão se preparando para surtos locais, especialmente nos Estados do sul do país, como Flórida e Texas, à medida que a temporada de mosquitos se aproxima.
Transmissões locais já acontecem no território de Porto Rico, onde autoridades preveem centenas de milhares de casos. Outros casos relatados nos Estados Unidos envolvem pessoas que viajaram para áreas atingidas pelo Zika.
A OMS também afirmou que há forte consenso científico de que o Zika causa a síndrome de Guilláin-Barre, um problema neurológico raro que provoca paralisia temporária em adultos.
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