(Época, 03/06/2016) Um levantamento feito com internautas aponta que a precaução é maior na Região Nordeste, que concentra a maioria dos casos de microcefalia.
Um levantamento on-line feito com 12 mil pessoas indica que a preocupação com o vírus zika tem levado a população a adiar planos de ter filhos e a tomar medidas de segurança. A pesquisa, feita pelo instituto de pesquisas on-line QualiBest entre março e maio, aponta que 40% dos entrevistados adiaram a gravidez ou conhecem alguém que tenha adiado por conta do medo de ter bebês com problemas neurológicos. Esse número é maior quando se trata da Região Nordeste, a mais afetada com casos de microcefalia: 51% dos entrevistados que moram na região disseram ter adiado ou conhecer alguém que adiou os planos de ter filhos. Entre os participantes da pesquisa, 46% são de pessoas da classe C, 44% da classe B e 10% da classe A. A maioria – 66% – morava em capitais e regiões metropolitanas.
Entre os entrevistados, é quase unânime o aumento da preocupação em relação ao mosquito Aedes aegypti. Do total de entrevistados, 92% afirmam que o medo do mosquito aumentou de 2015 para 2016. O vírus zika tem causado preocupação nas autoridades de saúde brasileiras e mulheres grávidas no país desde o final do ano passado. Em novembro de 2015, o surto de infecção pelo vírus na Região Nordeste foi associado ao aumento de nascimentos de bebês com microcefalia.
Entre as medidas de proteção no combate ao mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, o uso de repelentes industrializados é escolhido por 52% dos entrevistados. Já os inseticidas são usados por 43%. Outro aliado contra o mosquito, que também transmite a dengue e a febre chikungunya, é o uso de roupas compridas, escolhido por 19% dos participantes da pesquisa.
Entre os que já estão esperando um bebê, a maioria (62%) está mais atenta a possíveis focos do mosquito e se protege contra a picada do inseto com repelente (59%), inseticida (45%) e roupas compridas (30%). O medo da microcefalia também aumentou a quantidade de visitas ao médico para 20% dos futuros pais. Entre ele, 16% evitam sair de casa e 5% pensam em deixar o país.
Ana Helena Rodrigues (com edição de Marcela Buscato)
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