(O Estado de S. Paulo) Artigo mostra uma nova prática da classe alta paulistana: contratar babás paraguaias. De acordo com matéria, as patroas reclamam dos salários pedidos pelas profissionais brasileiras e mandam buscar empregadas no país vizinho.
“As nacionais são caras e pouco comprometidas com o serviço”, diz a administradora de empresas Monica, de 36, precursora de um grupo de mais de dez amigas endinheiradas que usam os serviços de babás paraguaias.
Ilegalidade
As paraguais nem sempre estão legalizadas. “Esse cenário (da ilegalidade) é comum até entre executivos de multinacionais. Eles saem a cada três meses para renovar o visto de turista. Os empregados domésticos em geral permanecem na ilegalidade”, diz o professor de Direito Internacional da Universidade de São Paulo (USP) Pedro Dallari.
De acordo com a consulesa paraguaia em São Paulo, Maria Amélia Barbosa, a quantidade de imigrantes que procuram o consulado para o serviço de babá aumentou nos últimos dois anos. Na Polícia Federal, onde as candidatas a babás precisam tirar CPF para conseguir carteira de trabalho, consta que em 2008 entraram 68.052 paraguaios no Brasil; em 2010, foram 348.704.
Salários menores do que para brasileiras
Como ocorre com domésticas que vêm das regiões mais pobres do Brasil, a babá paraguaia costuma indicar para as amigas de sua patroa a irmã, a prima, a tia. “O salário compensa bastante”, diz Noeli, de 21 anos. Em seu país, ela ganharia no máximo o equivalente a R$ 400. Aqui, é possível tirar R$ 1.000 – sem contar o câmbio favorável da moeda: R$ 1 vale dois guaranis e meio.
O salário de uma babá brasileira, de acordo com o Sindicato dos Empregados e Trabalhadores Domésticos da Grande São Paulo (Sindoméstico), é, em média, R$ 1.500.
Leia na íntegra: Paraguai ”exporta” babás para SP (O Estado de S. Paulo – 27/03/2011)