(Caminhos da Reportagem, 07/06/2016) Caminhos da Reportagem conta a história das vítimas de estupro e o que tem sido feito para mudar a cultura do machismo no Brasil.
O caso de uma garota de 16 anos que foi estuprada por mais de 30 homens no Rio de Janeiro chocou o país. Vídeos feitos pelos jovens que cometeram o crime foram mostrados nas redes sociais e causaram forte reação de denúncia de violência sexual e atos machistas, como a própria divulgação das imagens e comentários sobre a menor que abusada. Este Caminhos da Reportagem mostra como o machismo e a cultura do estupro estão enraizadas na sociedade brasileira e o que tem sido feito para mudar essa realidade.
Como se dá o atendimento a vítimas de violência sexual no país? No caso do estupro coletivo no Rio de Janeiro, as reações nas redes sociais e nas ruas levaram as autoridades a se movimentar: além de o delegado do caso ter sido afastado devido ao tratamento dado à garota durante o depoimento, o Senado aprovou uma punição maior para o crime de estupro, agora de 25 a 30 anos de prisão.
Nas redes sociais, as reações são diversas. Há comentários de condenação dos atos violência sexual, bem como argumentos machistas que colocam a mulher como “merecedora” da violência.
A cada 11 minutos, uma mulher é estuprada no Brasil. Muitas vezes, as vítimas têm que conviver com a dor e com o medo, já que a maior parte dos agressores não é punida. Em Brasília, uma jovem foi estuprada e morta por um jardineiro que meses antes havia estuprado outra garota. O agressor foi localizado, mas nada foi feito.
Uma advogada de São Paulo que foi violentada há 20 anos dá seu relato no programa. Hoje, ela faz parte da ONG Artemis, que atua contra a violência e discriminação de mulheres e pelo empoderamento feminino.
Uma estudante de medicina que foi estuprada na USP há cinco anos conta que a violência sexual não está ligada a classes, nível educacional ou social. Pode ocorrer em qualquer ambiente.
No filme A Filha da Índia, a cineasta britânica Leslee Udwin conta a história de uma indiana que foi estuprada por seis homens. Para a diretora, o cinema é uma ferramenta poderosa para expor a situação, manter o assunto vivo e aumentar a consciência, mas não é o suficiente para mudar as atitudes. As mudanças culturais surgem a partir da pressão social das ruas e das mulheres por mudanças na lei e pelo cumprimento delas.
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