(Folha de S. Paulo) Ao comentar a reportagem que revela diversas fraudes nas aquisições de emissoras de rádio e TV, o jornal defende em editorial a elaboração de um marco regulador para as comunicações que coíba a utilização política dos meios de comunicação. Diz o jornal:
“O governo discute, desde o ano passado, um novo marco regulador para a mídia eletrônica. Um anteprojeto que veio a público em dezembro proibia políticos de receberem concessões de rádio e TV. A medida é acertada, uma vez que o controle de meios de comunicação de massa confere uma vantagem indevida a seus proprietários no processo eleitoral.
É muito improvável que o Congresso vá nessa direção. O próprio ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, favorável à proibição, já admitiu que é mais fácil o Parlamento votar o impeachment de um presidente que rejeitar a renovação de uma concessão. Nada menos que 61 eleitos em 2010 informaram ter rádio ou TV -fora os que se valem de laranjas.
O ministro Paulo Bernardo anunciou que pedirá a cassação das concessões em poder de laranjas, mandará investigar outras irregularidades e tornará mais rígidas as regras das licitações. O público começará a acreditar nesse tipo de promessa quando ocorrer, de fato, a primeira cassação.”
Leia matéria na íntegra: Laranjal de concessões, editorial (Folha de S. Paulo – 29/03/2011)