(O Globo, 16/06/2016) Dos 215 casos investigados até 11 de junho no estado, 70 (32,55%) confirmaram a doença.
Dos 93 casos confirmados na Região Sudeste de microcefalia em bebês por infecção congênita, entre fevereiro deste ano e o último dia 11, 70 (75,26%) foram registrados no Rio de Janeiro. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde, com base em informações fornecidas pelos estados. Segundo a Secretaria de Saúde do Rio, boa parte dos casos está ligada à infecção de gestantes pelo vírus zika.
Os 70 registros confirmados correspondem a 32,55% das 215 notificações de suspeita da doença já investigadas no estado. O número — o maior do Sudeste — é sete vezes maior que o de São Paulo, o estado mais populoso da região. Lá, das 174 notificações investigadas até o último dia 11, só oito (4,59%) tiveram confirmado o diagnóstico de microcefalia por infecção congênita. O Espírito Santo teve, proporcionalmente, a segunda maior confirmação de casos no Sudeste: dos 61 investigados, 19,67% deram positivo. Em Minas Gerais, dos 58 registros examinados, apenas três (5,17%) foram confirmados.
Alexandre Chieppe, subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria estadual de Saúde do Rio, culpou o zika pelo aumento do número de casos.
— O Rio teve, no começo deste ano e em 2015, uma circulação muito grande do vírus zika, com um número muito grande de gestantes infectadas e de casos de microcefalia identificados na rede. Não é possível afirmar que todos os casos foram decorrentes do vírus, porque, quando o bebê nasce, o micro-organismo não está mais presente. Mas é possível afirmar que parte significativa dos casos foi provocada pelo zika — afirmou o subsecretário, lembrando que os outros estados da Região Sudeste tiveram maior incidência de dengue (cujo vírus também é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti), e não de zika.
GOVERNO CRIOU FORÇA-TAREFA
No total, o estado teve 491 notificações entre fevereiro e o último dia 11 (42,91% do total da Região Sudeste, 1.144, no período). De acordo com o Ministério da Saúde, 276 registros ainda estão em investigação no Rio. Para acelerar o exame dos casos, o governo criou uma força-tarefa.
— Como tivemos uma incidência muito grande de notificações, decidimos criar procedimentos para acelerar o processo de confirmação — disse Chieppe. — Entre eles, o uso dos serviços do Instituto Estadual do Cérebro, que tem uma equipe multidisciplinar com possibilidade de realizar exames de imagens e ter resultados num tempo bem rápido. Isso aumentou muito o nosso percentual de confirmação de casos, porque a criança chega ao Instituto do Cérebro e já passa por avaliação de um pediatra e de um neuropediatra, que realiza tomografia e ressonância, se for o caso, e já pode fechar o diagnóstico. Além disso, nós montamos um comitê multidisciplinar, que auxilia na avaliação.
Por Elenilce Botarri
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