O Sudeste concentra mais da metade do total de cônjuges do mesmo sexo: 32.202 casais.
São Paulo disponta em primeiro lugar, com 16.872 notificações. Em seguida, vem o Rio de Janeiro, com 10.170. Minas Gerais ficou em terceiro lugar nacionalmente, com 4.098 casais. Em todo o Nordeste, apenas 12.196 pessoas informaram viver uma união homoafetiva.
“É certo que nos próximos censos esse número tenderá a aumentar, o que não significará dizer que haverá mais casais do mesmo sexo se unindo”, afirma o presidente do IBGE, Eduardo Nunes. O autorreconhecimento é maior à medida em que a legislação brasileira se adapta às novas situações, com mudanças no Imposto de Renda, na Previdência Social e em seguros saúde prevendo direitos para casais do mesmo sexo. “Ao se perceber que esse direito é uma conquista de fato, também do ponto de vista social teremos mais informação.”
A expectativa das lideranças do movimento LGBT é que o reconhecimento da existência de casais do mesmo sexo ajude na conquista de antigas reivindicações, como a união civil e todos os benefícios decorrentes dela.
“Já é um grande avanço o IBGE ter incluído esse item. É simbólico pelo fato de o estado brasileiro reconhecer pela primeira vez essas novas constituições familiares. Este pode ser um primeiro passo para o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. No entanto, acredito que, devido à discriminação que existe, muitas pessoas não tenham se sentido confortáveis para responder corretamente a pergunta”, avalia o ativista Márcio Marins, da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT).