(G1/Cinema, 18/07/2016) Domingos Montagner e Naura Schneider estrelam drama sobre abuso. Longa de Marcos Schechtman estreia em 4/8; veja depoimentos
Inspirado nas estatísticas da violência contra a mulher, o filme “Vidas partidas” acompanha o casal Graça e Raul desde o momento em que eles se apaixonam até a fase em que o marido passa a agredir brutalmente a esposa anos mais tarde, quando eles já têm duas filhas. Os protagonistas são vividos por Naura Schneider e Domingos Montagner. Quem dirige é Marcos Schechtman. A estreia está prevista para 4 de agosto.
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Intérprete da protagonista e produtora do longa, Naura Schneider fala da identificação com a situação retratada no filme: “A gente coloca na Graça e no Raul uma relação que pode ser de qualquer um de nós e que fala sobre esses tantos casos de violência que acontecem não só no Brasil como no mundo inteiro”.
Na trama, Graça é uma mulher bem-sucedida e apaixonada que, após alguns anos casada, é vítima de um crime de violência doméstica no Brasil da década de 1980. A relação passional começa a desmoronar quando Raul, um homem inicialmente sedutor, fica desempregado. Enquanto isso, Graça avança em sua carreira.
Para ajudar o companheiro, ela pede ao ex-marido que ele indique Raul secretamente a um cargo de professor universitário. A partir daí, vêm as enas de violência física e psicológica.
O diretor de “Vidas partidas” explica a sua visão a respeito de Raul. “Você começa vendo esse casal, e a coisa vai adensando e entrando em situações difíceis, fortes. Aquilo vai, de alguma forma, te espremendo. Porque você, ao mesmo tempo, se enternece de ambos – dele também”, comenta.
“Apesar de toda a monstruosidade dele, você vai humanizando, exatamente por esse olhar que não é só colocá-lo no lugar do algoz. É entender essa interdependência dos dois e como é que isso funciona.”
Sobre a construção do personagem, Montagner complementa: “Eu quis imprimir no Raul justamente essa interrogação, né? Por que uma figura como essa, um professor, pós-graduado, tem formação… Todos os conceitos que a gente aborda normalmente, que essa violência é fruto de algum tipo de influência do meio, eles caem por terra. Essa situação do Raul e grande parte desses casos de violência”.
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