(UOL, 26/07/2016) A fotojornalista Juliana Barros, 35, usou sua página no Facebook para postar um desabafo sobre o assédio sexual que teria sofrido por parte de um funcionário que prestava serviço em nome da empresa de telecomunicações NET. Com medo, ela relatou que não sabia o que fazer para se proteger, mas, ainda assim, decidiu fazer uma denúncia contra o funcionário.
De acordo com Ana Paula Zomer, membro consultora da Comissão da Mulher Advogada da OAB-SP, o primeiro passo ao passar por uma situação como essa é fazer um boletim de ocorrência. “A pessoa pode ir à delegacia mais próxima de casa ou à da mulher, caso se sinta mais à vontade. Lá, ela poderá fazer um B.O. com as cópias de todas as mensagens que tiver recebido”, afirma.
A situação fica ainda mais delicada, já que o funcionário sabe onde ela mora. “Depois do B.O., é preciso pensar nas providências que devem ser tomadas, como algum tipo de proteção judicial que obrigue que essa pessoa se mantenha afastada da residência dela”, explica Ana Paula.
Para a advogada Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da ProTeste, também é importante comunicar a empresa do ocorrido. “Tão logo a pessoa tenha as provas em mãos, ela deve ligar para a empresa para reportar esse comportamento inadequado. Ela não deve esquecer de anotar o protocolo dessa ligação”, fala.
Maria Inês também orienta a não receber esses funcionários enquanto estiver sozinha em casa. “Não sabemos o horário exato que o técnico irá aparecer, mas sabemos o período e o dia, portanto, é bom que esteja alguém sempre junto. É uma prática que pode evitar uma dessas situações indesejadas”, diz. A própria fotojornalista alertou para que as mulheres não recebam mais esses prestadores de serviço quando estiverem sozinhas.
Outro lado
Por meio de nota divulgada nesta terça-feira (26), a Net informou que está ciente do caso e tomará providências: “A Net informa que tomará todas as medidas cabíveis para apurar, identificar e afastar sumariamente qualquer funcionário ou prestador de serviço que aja em desacordo com o código de ética da empresa. A empresa disponibiliza canal exclusivo para comunicação de eventos que envolvam atitude inadequada por parte de seus colaboradores, através do e-mail [email protected]. Todos os casos reportados são rigorosamente apurados”.
Acesse no site de origem: O que você deve fazer se for assediada por um prestador de serviço (UOL, 26/07/2016)