(O Estado de S. Paulo) A jornalista Mônica Manir, editora do suplemento Aliás, entrevistou a demógrafa Elza Berquó sobre o recorrente abandono de crianças no país. Para a professora aposentada da Faculdade de Saúde Pública da USP, fundadora do Núcleo de Estudos de População (Nepo), na Unicamp, e uma das idealizadoras do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), a falta de escolaridade, de informação, de acesso aos métodos contraceptivos, de apoio e de humanidade são os motivos que levam a mãe a abandonar um filho. Abaixo, trechos da entrevista:
Uma constelação de fatores
“Certamente são pessoas mais desfavorecidas socialmente, mas não é só a questão financeira. É uma constelação de fatores. Considero este um momento de total desespero, de não saber o que fazer. É com grande sofrimento que as mulheres praticam esse abandono.”
Metódos Contraceptivos
“Há uma parcela da população que tem conhecimento e não tem acesso. E há uma que não tem nem conhecimento nem acesso e, portanto, decidir é muito difícil. Pilula e camisinha não estão disponíveis em todo o territorial nacional no serviço de saúde. É preciso comprá-las na farmácia, e muitas pessoas não têm poder aquisitivo para isso.”
Leia a entrevista na íntegra: Enjeitados em série, entrevista com Elza Berquó (O Estado de S. Paulo – 15/05/2011)