(Estadão, 04/08/2016) “A zika é mais um indicador de desigualdade que persiste no Brasil contemporâneo, mesmo após várias décadas de democracia.” A conclusão é dos pesquisadores americanos Jeffrey Lesser, do Departamento de História da Emory University, professor visitante da USP, e de Uriel Kitron, do Departamento de Ciências Ambientais da Emory University. No artigo A geografia social da zika no Brasil, publicado em revista NACLA de julho, os especialistas questionam uma máxima brasileira segundo a qual o mosquito transmissor, o temido Aedes aegipty, é um “democrático” bichinho que, sem preconceito de classes, pica pobre e pica rico. Depois de estudarem a realidade do periférico bairro paulistano do Capão Redondo, em março último, não foi bem isso que eles viram. “A maioria das casas (no Capão Redondo) tem entre seis e oito moradores, que vivem em dois ou três quartos”, constataram.
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