(Revista Quem, 20/08/2016) Na infância e adolescência, Juliana Alves sofreu bulling na escola por causa de seus cabelos afro. Recentemente, em sua página oficial no Facebook, ela recebeu mensagens racistas. Mas ao invés de divulgar esses episódios agressivos, a atriz optou por levar os casos à justiça e continuar olhando a vida de maneira positiva. “Sou da filosofia de não reproduzir, para não reforçar isso. Quando aconteceu (o racismo) na minha fan page, optei por levar a justiça e fazer uma reunião com a ONG Criola, onde trabalhava, e pensar formas de pressão, no Ministerio Público, para que essa questão fosse tratada com mais rigor pela policia”, contou ela.
“O racismo é uma questão que está presente desde sempre no Brasil. A diferença é que antes era uma questão velada. Agora, com todos esses acontecimentos, as pessoas começaram a pensar: ‘Perai, isso é uma questão, isso tem que ser falado’. Se existe esta diferenciação, uma compensação do valor histórico que deixa os negros em desvantagem no mercado de trabalho ou na educação, é porque realmente isto tem outras consequências e implicações. E isso eu sempre vivi, e tenho certeza que todas as atrizes, as pessoas famosas, já passaram por isso a vida inteira”, disse ela, sobre os recentes atos de racismo contra a cantora Preta Gil, a atriz Taís Araújo e até com a medalhista olímpica, Rafaela Silva.
“O que eu acho bom? Porque tudo tem um lado bom. Você só consegue resolver um problema quando aceita que ele existe. Agora, a gente está concordando que o racismo existe. Temos um problema sério no Brasil que precisamos mudar. Isso me dá uma esperança. Apesar de serem episódios terríveis de ignorância explícita, espero que as pessoas vejam esses exemplos como algo muito ruim e que a gente tem que deixar para trás. Temos que pensar formas de superar isso: através da educação, da cultura”, completou ela.
Giulianna Campos
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