Novo estudo indica que impacto da infecção pode ser muito mais grave do que se pensava
(R7, 30/08/2016 – Acesse no site de origem)
Uma nova pesquisa sobre os efeitos do vírus zika aparentemente pode derrubar o entendimento de que a infecção é uma preocupação exclusiva para as mulheres grávidas. De acordo com o estudo, a doença pode causar danos similares aos do Mal de Alzheimer no cérebro de adultos.
Até agora, a infecção transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti tem sido essencialmente relacionada com casos de microcefalia — uma má formação grave, em que os bebês nascem com cabeças pequenas e danos cerebrais. Por conta desse efeito, as mulheres grávidas vêm sendo advertidas pelos órgãos de saúde a evitar entrar em contacto com a infecção.
No entanto, um novo estudo feito em ratos indica que o impacto da infecção do zika em adultos pode ser muito mais grave do que se pensava. As experiências nos animais mostram que o vírus parece atacar células imaturas no cérebro adulto.
Essas mesmas células são vitais para a aprendizagem e a memória, o que faz com que perdê-las possa ter efeitos desastrosos, comparáveis aos transtornos presentes em pessoas pessoas portadoras da doença de Alzheimer. Com o tempo, o ataque gradual do zika às células imaturas poderia levar ao encolhimento do cérebro e à dificuldade do órgão em realizar importantes processos cognitivos, segundo o estudo.
O professor e membro da equipe do Instituto de Alergia e Imunologia de La Jolla, Sujan Shresta, afirma que o zika “pode claramente infectar o cérebro dos adultos e causar estragos”.
— Mas é uma doença complexa, e catastrófica para o desenvolvimento prematuro do cérebro. A maioria dos adultos infectados com o zika raramente apresentam sintomas detectáveis. Seu efeito sobre o cérebro adulto pode ser mais sutil, mas agora sabemos o que procurar.