O TamoJuntas nasceu a partir da campanha #MaisAmorEntreNós, que estimula as mulheres a ajudar umas às outras
(Revista Crescer, 15/09/2016 – acesse no site de origem)
Em maio passado as advogadas feministas Laina Crisóstomo, Aline Nascimento e Carolina Rola, se uniram para criar o coletivo TamoJuntas em Salvador (BA). O projeto oferece atendimento jurídico gratuito a mulheres vítimas de violência de gênero, casos de assédio sexual e até em processos de pensão alimentícia. A estimativa do grupo é de que nesses seis meses já tenham sido atendidas mais de mil mulheres e que a rede de voluntárias atue em mais de 100 processos. “No final de semana em que eu fiz a primeira postagem no Facebook oferecendo ajuda, mais de 500 mulheres me procuraram”, diz Laina Crisóstomo, presidente do TamoJuntas. “Muitas estavam desesperadas. Isso significa que o sistema não dá conta de ajudar essas mulheres que sofrem violência. A Lei não tem sido cumprida”, diz.
Recentemente a advogada Natasha Barreto também se uniu ao coletivo, além de dezenas de outras advogadas, psicólogas e assistentes sociais. Hoje o TamoJuntas tem voluntárias em diversos estados e também oferece amparo psicológico e social às mulheres atendidas. “Depois de um tempo, percebemos que precisávamos fazer o atendimento multidisciplinar como a própria Lei Maria da Penha determina”, diz Laina. Em Salvador, o projeto conta com cerca de 20 voluntárias e faz mutirões de atendimento mensalmente, além de outras ações ligadas à causa.
Segundo Laina, quase todas as mulheres que procuram o coletivo sofreram violência física, mas isso não significa que esse seja o único problema que elas enfrentam. “Quando a pessoa não tem conhecimento dos seus direitos, não consegue se dar conta de que está sofrendo uma violência”, diz. “Elas têm dificuldade em perceber que sofreram também outros tipos de violência, como a psicológica e a sexual.”
Para entrar em contato com o TamoJuntas, basta mandar uma mensagem através do Facebook, site, e-mail ([email protected]) ou WhatsApp (71 99185-4691). O grupo também tira dúvidas sobre processos judiciais que estejam sendo tocados por outros advogados e ajuda mulheres que precisam de orientação para fazer uma denúncia.