(Folha de S.Paulo) O programa Brasil sem Miséria, lançado pela presidenta Dilma Rousseff, é avaliado pelo editorial da Folha como “uma simples lista de ações pontuais de assistência” e “uma extensão do Bolsa Família, ao qual foram agregadas variantes de subsídios e microcrédito”. Veja trechos abaixo:
“Em um plano com ambição declarada de erradicar a miséria, espera-se encontrar um programa sistemático, que lide com as condições estruturais que contribuem para manter milhões de brasileiros no limiar da subsistência. Erradicar, no caso, corresponde à meta de retirar 16,2 milhões de pessoas da extrema pobreza.”
“As ações do plano não são mal pensadas. Programas de atenuação imediata da condição de miséria são mais eficientes quando assim focalizados, dirigidos a populações específicas e capazes de transferir diretamente renda ou tornar menos precárias ocupações que garantem a subsistência.”
“No entanto, tentativas de erradicar a miséria demandam muito mais do que o alinhavado no Brasil sem Miséria. O programa pode ter sucesso em amenizar as agruras da vida de quem chegar de fato a ser atendido, mas identificar e fazer o benefício chegar aos pobres também é uma grande dificuldade.”
“Uma limitação importante, apontada pelo economista José Eli da Veiga nesta Folha, está em restringir o critério principal de cadastramento no programa ao nível de renda. Indicadores mais elaborados, que incluíssem, por exemplo, pessoas sem moradia adequada ou acesso a esgotamento sanitário, decerto ampliariam o universo de beneficiários.”
Leia matéria na íntegra: Os limites da miséria, editorial (Folha de S.Paulo – 09/06/2011)