Iraquiana Nadia Murad Basee Taha, de 23 anos, sobreviveu aos maus tratos e abusos do grupo; ela pede liberdade para as cerca de 3.200 mulheres e crianças em poder do EI
Uma jovem iraquiana que sobreviveu a um sequestro e aos abusos a que foi submetida como escrava sexual do grupo extremista Estado Islâmico se converteu em embaixadora da Boa Vontade das Nações Unidas para a Dignidade dos Sobreviventes do Tráfico Humano.
(Estadão, 17/09/2016 – Leia a íntegra no site de origem)
Nadia Murad Basee Taha, de 23 anos, pediu que seja feita justiça para as vítimas dos grupos jihadistas e defendeu o reconhecimento do ataque de 2014 contra a comunidade yazidi como um genocídio.
A jovem foi sequestrada em casa, em agosto de 2014, na aldeia de Kocho, perto da cidade de Sinjar, no norte do Iraque, e foi levada para a cidade de Mosul, pelo Estado Islâmico. Ela foi muitas vezes estuprada e também comercializada entre membros do grupo.”Fui usada da maneira que eles queriam me usar. E não estava sozinha”, disse Murad durante uma cerimônia na sededa ONU.
Com a voz embargada, Murad pediu que as cerca de 3.200 mulheres e crianças yazidis que ainda são escravas sexuais do grupo sejam libertadas e que os sequestradores sejam levados à justiça.
“Meu medo real é que quando o Estado Islâmico tenha sido vencido, que os militantes e terroristas façam suas barbas e caminhem pelas ruas como se nada tivesse acontecido”, disse. “Não podemos permitir que isso aconteça.”
Como embaixadora da Boa Vontade, Murad se dedicará a aumentar a consciência sobre a dramática situação das vítimas do tráfico de pessoas, especialmente os refugiados, as mulheres e as crianças.
Os líderes mundiais se reunirão na semana que vem no debate anual da Assembleia Geral da ONU, enquanto o Iraque e o Reino Unido lançarão na segunda-feira uma campanha para pressionar para que o Estado Islâmico seja responsabilizado pelos seus crimes. (AFP)