(O Estado de S. Paulo/Folha de S.Paulo) A adesão às cotas firmada pelo megaevento de moda com o Ministério Público do Estado de São Paulo – 10% de modelos negros e indígenas nas passarelas – foi ignorada por várias grifes.
Nas passarelas de estilistas como Gloria Coelho e Reinaldo Lourenço, a única representante da cota era a top Bruna Tenório, descendente de índios. Outras marcas, como Cori, Iódice e Movimento, contrataram modelos negros, mas não cumpriram a meta recomendada.
O termo assinado com o Ministério Público – que não previa penalidades às marcas que não seguirem a cota de 10%, mas multava o evento em até R$ 250 mil se não comprovasse que estava trabalhando pela inclusão racial – venceu no mês passado. Coincidentemente, nesta edição Verão 2012, as grifes relaxaram quanto à adoção da cota.
Osklen chegou a 30%
Declarando dificuldades para montar um elenco 100% negro, Oskar Metsavaht, da Osklen, levou 11 modelos negros, do total de 37 de seu desfile, à passarela da São Paulo Fashion Week. “Não encontrei número suficiente de negros com o perfil da Osklen. Este não é um desfile panfletário e muito menos de protesto.”
Segundo a reportagem do Estadão, Metsavaht soube que este é o Ano Internacional da Afrodescendência no Mundo e resolveu comemorar a data na SPFW. “Queria só modelos negros por questão estética. Ficaria lindo na passarela”, disse Oskar, que defende a cota. “Antes era contra, pois não acho que isso deveria ser imposto. Hoje, sou a favor. Se para trabalhar pela inclusão e pelo fim da discriminação é necessário impor a cota, então que haja cotas.”
Leia na íntegra:
Negro drama (Folha de S.Paulo – 16/06/2011)
Moda volta a discutir cota racial em desfiles (O Estado de S. Paulo – 16/06/2011)
Veja também: Cadê os negros e índios da São Paulo Fashion Week?, por Maíra Kubík Mano (Blog Viva Mulher – 16/06/2011)