As consequências de uma infância atormentada por agressões entre os pais.
(TV Brasil, 26/10/2016 – acesse no site de origem)
Que adultos se tornarão as crianças que passaram a infância como testemunhas, vítimas diretas ou indiretas de brigas e agressões dentro de casa? “Meu pai tinha habilidade imensa em fazer terror psicológico. Eu me lembro de parentes indo dormir em casa porque ele ficava andando à noite com uma faca. Eu deitado e vendo o reflexo dele lá no corredor, passando com uma faca”, relata o analista de sistemas Robson Lourenço.
Das mulheres vítimas de violência no país, 70% têm filho. E oito em cada dez crianças e adolescentes assistem a cenas violentas no ambiente familiar, segundo pesquisa do governo.
O Caminhos da Reportagem conversou com famílias que identificam traços na personalidade e no comportamento de parentes, resultado do que viram e sentiram na infância.
A rapper Aninha, do grupo Atitude Feminina, de Brasília, conta como foi difícil a relação com namorados quando adolescente depois de ter visto a mãe apanhar do pai, na infância. “Eu achava que o meu primeiro namorado ia me bater também.” E a universitária Mariane Barros admite ser muito autoritária e agressiva com os namorados.
Uma psicóloga especializada em trabalho corporativo conta como diretores executivos que passaram por situações abusivas na infância levam a experiência para a vida profissional.
Tão importante quanto identificar o trauma é tratar-se com ajuda especializada, dizem os psicólogos ouvidos pela reportagem. Mas será que as crianças e adolescentes, quando crescem, dão-se conta disso?