Rede social diz que 9% do conteúdo sobre zika que circulou entre seus usuários no Brasil era humorístico ou sem veracidade confirmada.
(Bem Estar, 22/11/2016 – acesse no site de origem)
Os dez artigos mais compartilhados sobre o vírus da zika no Facebook no Brasil, três são conteúdo de humor ou boatos. De acordo com a filial brasileira da rede social, entre maio e agosto deste ano 9% de todo os compartilhamentos relacionados à epidemia no país não tinham confirmação.
Na última sexta-feira (18), o presidente mundial da empresa, Mark Zuckerberg, disse que está tomando uma série de medidas para eliminar boatos e outros tipos de mentiras de seus feeds. A rede social enfrenta críticas por não ter evitado que uma enxurrada de notícias falsas fosse compartilhada durante a eleição norte-americana.
De acordo com os porta-vozes brasileiros da rede social, as mesmas medidas deverão ser adotadas no Brasil. “A gente ainda não tem nenhuma ação neste sentido. Mas o que a gente tem visto é que tem sido muito eficaz o combate da informação [errada] com a informação correta”, disse Bruno Magrani, diretor de Políticas Públicas do Facebook.
Em contraposição aos boatos, o Facebook mostrou que uma das fontes mais difundidas na rede sobre o assunto foi a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que é de fato uma das principais instituições envolvidas na pesquisa de formas de combater o vírus da zika.
O Facebook, em parceria com a Unicef, analisaram os dados de publicações dos usuários para criar campanha mais direcionadas de combate ao vírus da zika. O dado de maior participação dos homens, por exemplo, ajudou ao braço da ONU a criar novas postagens direcionadas ao público. A parceria ajudou na criação de campanhas online de prevenção.
Mais homens
Durante o período da epidemia, as pessoas estavam falando menos sobre prevenção. Embora as pessoas estivessem preocupadas com os sintomas e as consequências do zika, usando palavras-chave como “gravidez”, “bebês” e “microcefalia”, os termos “spray contra insetos”, “camisas de manga comprida” e “telas de mosquitos” não apareceram na lista de ocorrência frequente.
Outro dado divulgado é de que os homens foram os que mais foram ativos no Facebook sobre o assunto: 58% das postagens sobre o vírus da zika no Brasil foram feitas por pessoas do sexo masculino. As pessoas entre 18 e 34 anos, faixa etária em fase reprodutiva e mais preocupada com a infecção pelo vírus, representaram 66% das publicações.
Ao todo, de maio a 31 de agosto deste ano, período de monitoramento da rede, foram 17,3 milhões de interações (comentários, postagens, curtidas e compartilhamentos) sobre o tema. O estado com mais volume de postagens foi o de São Paulo, com 6 milhões. Pernambuco, estado mais afetado pela microcefalia, o volume é de 787,3 mil.
Carolina Dantas