Objetivo é a estimulação visual, auditiva, motora, táctil e cognitiva da criança. Iniciativa envolve secretarias de Saúde, Unicef e Fundação Altino Ventura.
(G1, 29/11/2016 – acesse no site de origem)
Exatamente um ano após Pernambuco e Recife decretarem estado de emergência devido às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, a capital pernambucana deu, nesta terça-feira (29), o pontapé inicial do projeto Redes de Inclusão. O lançamento aconteceu no auditório do Banco Central, em Santo Amaro, no Centro da cidade, com a participação de mães de bebês nascidos com a Síndrome Congênita do Zika Vírus, que receberam kits de apoio para o tratamento das crianças em casa.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre as secretarias de Saúde do Recife, de Pernambuco, o Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) e Fundação Altino Ventura, entre outras instituições. O evento também marcou a criação do Comitê Intersetorial Redes de Inclusão, com o intuito de unir esforços para dar atenção às famílias.
“Essa convergência de fatores e entidades faz com que a gente possa ter a distribuição dos kits, a preparação dos profissionais de saúde como elemento importante, mas também a preparação dos cuidadores, a atenção às famílias, as pessoas que lidam com essas crianças no dia a dia. Esse trabalho de treinamento e capacitação das famílias já vem sendo feito e será intensificado à medida em que o projeto vai transcorrendo”, garantiu o secretário de Saúde do Recife, Jaílson Correia.
O kit multissensorial contém 10 objetos, a maioria feita com materiais recicláveis, que servem para estimulação visual, auditiva, motora, táctil e cognitiva no ambiente domiciliar. A ideia está sendo testada no Recife e em Campina Grande, na Paraíba. De acordo com a coordenadora de Primeira Infância do Unicef Brasil, Cristina Albuquerque, os resultados serão avaliados e ações semelhantes podem ser implementadas em outros municípios, dependendo da iniciativa destes e do sucesso do projeto piloto.
“Esse é um projeto de intervenção, de criar um modelo de intervenção, mas que seja sustentável, ou seja, que ele entre na política pública. Com certeza, o maior desafio é construir nesse processo atividades que possam ficar no município para sempre, independente de epidemia de zika. Porque não são só as crianças afetadas pela zika que têm esses direitos, são todas as crianças com deficiência”, afirmou Cristina.
Cerca de 260 crianças serão beneficiadas inicialmente. A dona de casa Alexsandra Maria de Freitas, mãe de Cláudia, de um ano de idade, ressaltou que o acesso a esses kits vai fazer toda a diferença no processo de desenvolvimento de sua filha.
“Vai ajudar muito a gente, por dar mais experiência, mais segurança para a gente, dando dicas de como a gente possa usar materiais, trabalhar a parte sensorial da criança, as estimulações. Porque muitas coisas são caras. Isso ajuda o desenvolvimento deles e o nosso acompanhamento”, concluiu Alexsandra.
Cláudia Ferreira