(Folha de S.Paulo) Todos os municípios brasileiros terão acesso à internet de banda larga até 2014. O acordo firmado entre o governo e as operadoras exige que todas as cidades brasileiras tenham conexões rápidas e o serviço, com 1 megabyte de velocidade, custará R$ 35 por mês, ou R$ 29, caso os governos estaduais abram mão da cobrança do ICMS.
Há pelo menos seis anos, o governo de Dilma Rousseff tentava expandir essa rede, apontando que ela traça uma linha de exclusão. Atualmente, de cada quatro municípios brasileiros, um não tem conexão de cabo. Ela só atende a 27% dos domicílios e, quando o faz, a ligação custa na média R$ 48 por mês, segundo o sindicato das operadoras.
As operadoras diziam que não havia como investir onde não há retorno. Enquanto o governo aceitou as leis da privataria, o apagão persistiu. Repentinamente, mudou-se a conversa. Se a iniciativa privada não podia fazer o serviço, a Telebrás voltaria ao mercado, fazendo-o. Havia também empresas estrangeiras interessadas no negócio. Fez-se um acordo e todo mundo ganha, sobretudo o brasileiro que não tem acesso ao serviço.
A conexão de R$ 35 não chegará de uma vez e, em alguns lugares, provavelmente com velocidades inferiores ao megabyte prometido. Mas se a rede não chegar a um bairro ou a um município, o governo ficará na posição de ter feito propaganda enganosa. Se chegar, mas for lenta, a operadora terá que se explicar.
O mais importante está feito: pelas regras do jogo, o brasileiro terá acesso à banda larga. Hoje há 14 milhões de pontos de banda larga no país. Se eles chegarem a 20 milhões, o Brasil encostará nos números franceses de 2009.
Leia matéria na íntegra: Dilma fez um gol na banda larga, por Elio Gaspari (Folha de S.Paulo – 29/06/2011)