Uma mulher é vítima de violência doméstica no Brasil a cada 7 minutos, de acordo com a Central de Atendimento à Mulher, o Disque 180. Somente no ano de 2016 foram registrados quase 68 mil denúncias. Os agressores, normalmente, são maridos, parceiros, irmãos e até pais das vítimas.
(TV Jornal, 20/12/2016 – acesse no site de origem)
Quem sofreu a agressão, carrega para sempre a marca no corpo e na alma. Uma mulher de 33 anos já sofreu agressões físicas, verbais e estupros do próprio irmão e se calou por mais de 20 anos, com vergonha. “Só de ouvir de longe a respiração dele eu entrava em pânico. Minha mãe não percebia, apesar de eu ter dado alguns sinais, e meu pai não morava comigo, sempre foi separado da minha mãe”, contou a mulher.
A Lei Maria da Penha surgiu para combater os índices da violência doméstica. Esperava-se uma redução dos números, mas eles só cresceram. Em 2014, as estatísticas apontavam quase 53 mil denúncias. No ano seguinte, o número havia subido para 76 mil. Os dados, porém, não significam que houve um crescimento de casos, e sim que as mulheres estão se sentindo mais protegidas e passaram a denunciar os agressores.
Atualmente, existem dez varas especializadas na violência doméstica e familiar em Pernambuco: oito no Grande Recife, uma em Caruaru e outra em Petrolina. O juiz Francisco Tojal, titular de uma das varas, garante que a proteção às mulheres, na maioria dos casos, tem sido eficaz salvando muitas vidas. “Com a Lei Maria da Penha foram criados vários mecanismos, por exemplo, o juizado da violência contra a mulher, as delegacias da mulher, promotorias especializadas e centros de referência, mas nós precisamos fortalecer ainda mais essa rede de enfrentamento”, pontuou.