Em cartazes e discursos, mulheres defenderam direitos reprodutivos e fim da violência; três faixas do Eixo Monumental foram interditadas no fim da tarde. Data foi marcada por manifestações em todo o mundo.
(G1/DF, 08/03/2017 – acesse no site de origem)
Mulheres do Distrito Federal se reuniram na Esplanada dos Ministérios, no centro de Brasília, em um ato contra o machismo e pelos direitos femininos na tarde desta quarta-feira (8). O Dia Internacional da Mulher foi marcado por atos em várias partes do mundo, com pautas como os direitos reprodutivos e o fim da violência doméstica (veja fotos).
No auge do protesto, por volta das 18h, organizadoras e a Polícia Militar estimavam público de 5 mil pessoas na Esplanada. Três faixas do Eixo Monumental no sentido Rodoviária-Três Poderes foram bloqueadas pela PM naquele horário, para que as manifestantes seguissem em marcha até o Congresso Nacional.
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A concentração do protesto começou por volta das 14h, com shows e apresentações culturais. O ato foi convocado pelas redes sociais, e a programação divulgada incluía uma marcha até a Praça dos Três Poderes, onde ficam o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto.
Mulheres do DF se reúnem em ato por direitos na Esplanada dos Ministérios
A secretária de Segurança Pública do DF, Márcia de Alencar, classificou o ato como “sem ocorrências e dentro da normalidade” até as 18h30. Segundo ela, o efetivo da PM que acompanhava a manifestação era majoritariamente feminino. “Fazemos isso para dar mais segurança e tranquilidade para todas”, declarou.
A estudante Tatiana Lopes, 23 anos, classificou o movimento como “importantíssimo” para a sociedade como um todo. “Li uma vez que, em todo momento de crise, o direito da mulher será diminuído. E nosso protesto é justamente por conta da época que vivemos”, afirmou.
A professora Neide Rafael, 69 anos, discursou sobre o racismo contra as mulheres negras do país. Membro da Frente de Mulheres Negras do DF, Neide destacou que as mulheres são sempre diminuídas e que, neste contexto, as negras são sempre as mais violentadas.
“Nosso movimento é para mostrar nossa insatisfação. [Queremos] um espaço para que nossa voz seja escutada”.
Além de defender as pautas feministas, as mulheres também protestaram contra a Reforma da Previdência proposta pelo governo Michel Temer e em tramitação no Congresso Nacional. Durante a manifestação, elas promoveram um “apitaço” contra Temer e exibiram uma faixa em tecido preto com a frase “não pagaremos pela crise”.