Estudantes mostram que violência e discriminação são disseminados, da rua às salas de aula
(O Estado de S. Paulo, 14/06/2017 – acesse no site de origem)
Uma pesquisa feita pelas alunas da Fundação Getulio Vargas em São Paulo mostra que 69,6% das estudantes da instituição já foram vítimas de violência sexual e 75,3%, de assédio sexual. No ano passado, uma pesquisa mostrou que 86% das mulheres brasileiras sofreram assédio em público. Esses dados mostram que o Brasil é grande e diverso, mas que o machismo está por toda parte. Das ruas nas pequenas cidades às salas de uma instituição de elite do Ensino Superior.
Além das formas de violência a que todas as mulheres estamos sujeitas na sociedade, as estudantes também denunciam casos de desqualificação intelectual: 66,5% já foram criticadas, interrompidas ou ignoradas por docentes.
Para denunciar essa realidade, alunas da FGV-SP fizeram um vídeo ao som de Respeita, de Ana Cañas. Pedem um basta a comentários com teor machista e violento. E o fim da discriminação contra as pessoas LGBTQ. E convidam a uma reflexão: ‘a quem esse ambiente é acolhedor?’
Aos painéis de sempre, com os mesmos homens brancos héteros com mais de 50 anos. Mas, certamente, não à população brasileira em toda a sua diversidade.
Em abril, as alunas da Escola Politécnica da USP haviam publicado um vídeo no mesmo espírito, com a versão de Survivor feita por Clarice Falcão. A intenção era denunciar o machismo que enfrentam no dia a dia como minoria nos cursos de engenharia da principal universidade do País.
Abaixo, os clipes originais de Respeita, de Ana Cañas, e de Survivor, por Clarice Falcão.
Que ainda inspirem muitos outros clipes de muitas outras mulheres.
Letícia Sorg