No #JulhoDasPretas, ONU Mulheres destaca mais cinco youtubers negras para falar sobre os desafios das afro-brasileiras para alcançar a igualdade de gênero, conforme proposto pela Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável da ONU
(ONU Mulheres, 24/07/2017 – acesse no site de origem)
O que é preciso para que as mulheres negras alcancem a igualdade até 2030? A pergunta motivou cinco jovens negras e youtubers brasileiras a falar sobre as questões que ainda precisam ser solucionadas para que as afrodescendentes não fiquem para trás quanto ao cumprimento da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, adotada pelos Estados-membros das Nações Unidas, em 2015. A ação digital acontece de 24 a 28 de julho, em alusão ao Dia da Mulher Afro-latino-americana, Afro-caribenha e da Diáspora, comemorado na América Latina e Caribe no dia 25, e às mobilizações do #JulhoDasPretas.
Nesse período, as youtubers Sá Ollebar, do canal Preta Pariu; Lívia Teodoro, do Na Veia da Nega; Maristela Rosa e Natália Romualdo, do Papo de Preta, e Luciellen Assis vão ocupar as redes sociais da ONU Mulheres Brasil como parte da campanha #SouNegraEQueroFalar, desenvolvida de forma probono pela Propeg, que compõe a estratégia de comunicação e advocacy político Mulheres Negras Rumo a Um Planeta 50-50 em 2030, da ONU Mulheres no Brasil.
A iniciativa, desenvolvida para dar visibilidade às afro-brasileiras que somam 55,6 milhões de pessoas no País, está ancorada pela ação global da ONU Mulheres “Por um planeta 50-50 em 2030: um passo decisivo pela igualdade de gênero”, cujo objetivo é acelerar os esforços no mundo para a eliminação das desigualdades de gênero de maneira concreta e sistemática, e pela Década Internacional de Afrodescendentes (2015 – 2024). “A ONU Mulheres está empenhada em pôr as mulheres negras no centro dos debates sobre o desenvolvimento sustentável. Elas, historicamente, são as quem vêm puxando as conquistas da população negra e atuando firmemente para que não se retroceda em direitos. As mulheres negras são agentes-chave para o enfrentamento ao racismo, à violência e pela promoção do bem viver de forma individual e coletiva”, considera Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.
Durante esta semana, além dos vídeos produzidos, o público poderá conhecer um pouco mais sobre as influenciadoras digitais e o compromisso que elas mantêm com a produção de conteúdo sobre as diferentes realidades das negras brasileiras. Para conferir, basta acessar o canal das jovens negras nos seus canais do Youtube ou acompanhar as páginas oficiais da ONU Mulheres Brasil no Facebook, Twitter e Instagram. “Com essa ação, a ONU Mulheres dá visibilidade ao trabalho dessas jovens mulheres como lideranças nesses espaços de comunicação democrática na internet. São realidades que precisam ser ouvidas e compreendidas para que as ações adotadas pela ONU Mulheres para esse público possam abranger a pluralidade das afro-brasileiras”, afirma Nadine.
A vez das youtubers negras – Uma visita aos canais de Youtube e outras redes sociais que as jovens mantêm revela a diversidade de temas abordados pelas postagens. A liga entre os conteúdos é o empoderamento social e político das mulheres negras brasileiras. Elas falam com propriedade de assuntos que vão desde dicas de maquiagem, ancestralidade, estilo, passando pelos desafios da maternidade negra até questões raciais e feminismos.
Propositivos e abertos ao diálogo, os conteúdos têm tom informativo e mobilizador para a população negra e de reflexão para os não-negros e negras. Além da produção de narrativas contrahegemônicas, com abordagem especializada e qualificada sobre racismo, sexismo, violência física e simbólica contra a população afrodescendente, a atuação das youtubers negras têm chamado a atenção de empresas de cosméticos e vestuário do País, reforçando para a publicidade a urgência da representação positiva de negras e negros nas produções do setor.
Esta é a segunda atividade da ONU Mulheres que reúne as vozes de jovens youtubers para o centro dos debates sobre as realidades das mulheres negras no Brasil. A primeira aconteceu no 21 de março, em decorrência do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, por ocasião do lançamento da estratégia Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030, e teve como foco a proposição de atitudes no âmbito da #DécadaAfro, para o combate ao racismo e a discriminação racial. Reveja os vídeos: Carolina Lima (Já Tinha Carol) | Patrícia Rammos (Um abadá pra cada dia) | Xan Ravelli (Soul Vaidosa)| Winnie Bueno (Preta Expressa) |
Mulheres negras e a Agenda 2030 – Os países membros das Nações Unidas adotaram, em 2015, a Agenda 2030, composta por 17 objetivos globais (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS), sob o compromisso e o lema de “Não deixar ninguém para trás”. Entre as metas, o ODS 5 concentra as ações voltadas para igualdade de gênero, mas outros 12 também incluem questões relacionadas às mulheres. Por sua vez, a ONU Mulheres lançou a iniciativa global “Por um Planeta 50-50 em 2030: um passo decisivo pela igualdade de gênero”, com o propósito de que todas e todos (mulheres, homens, sociedade civil, governos, empresas, universidades e mídia) trabalhem de maneira determinada, concreta e sistemática para eliminar as desigualdades de gênero.
Para enfrentar as barreiras do racismo e do machismo e em reconhecimento à necessidade de ações específicas para a efetiva inserção das mulheres negras no desenvolvimento sustentável, a ONU Mulheres Brasil adotou a estratégia Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030. A iniciativa responde ao Plano de Ação da Década Internacional de Afrodescendentes 2015 – 2024 e tem o objetivo de destacar a atuação política das afro-brasileiras, ao longo dos anos, apoiando a solução de questões como a baixa representação política, garantia dos direitos econômicos e sociais, combate à violência e promoção do bem viver.