A desigualdade de renda continua a crescer em todo o mundo. 82% de toda a riqueza mundial gerada entre setembro de 2016 e setembro de 2017 ficou nas mãos do 1% mais rico da população, enquanto a metade mais pobre do globo, equivalente a 3,7 bilhões de pessoas, não foi beneficiada com nenhum aumento em ganhos.
(UOL, 22/01/2018 – acesse no site de origem)
Nesse cenário, as mulheres são as mais prejudicadas, avalia o estudo publicado pela Oxfam nesta segunda (22).
Segundo o documento, será preciso 217 anos para que mulheres em todo o mundo tenham as mesmas oportunidades de trabalho e salários do que os homens. A estimativa da ONG tem como base um relatório do Fórum Econômico Mundial.
Não à toa, 9 a cada 10 bilionários são do sexo masculino. Atualmente, há 2.043 bilionários no planeta.
10 trilhões
O levantamento também mostra que elas sustentam 10 trilhões de dólares com serviços em que não recebem remuneração. Isso quer dizer: se as mulheres fossem pagas para fazer serviços domésticos, por exemplo, seriam injetados 10 tri em dólares na economia mundial.
Na avaliação do instituto, os números refletem uma realidade na qual mulheres têm menos posses de terras, menor participação em ativos financeiros e bens, além de receberem salários menores que os dos homens para exercer as mesmas funções.
E mais: às mulheres ainda costuma ser imposto cargos como o de doméstica, profissão ainda “caracterizada pela baixa remuneração, altos níveis de instabilidade e pouca abertura para que trabalhadores se organizarem em prol de direitos”. Segundo o estudo, 83% dos 60 milhões de trabalhadores domésticos no mundo é composto por mulheres.
Por que mulheres são minoria no 1%
“Normas sociais, atitudes e credos desvalorizam as habilidades e o status da mulher em sociedade e tentam justificar a violência e a discriminação contra elas, além de ditar quais trabalhos são permitidos para as mulheres e quais não são”, avalia o documento. Uma das principais recomendações da ONG, que atua em 20 países, é a criação de mecanismos governamentais para abolir a desigualdade de gênero no mercado de trabalho.
“Para se alcançar a igualdade não é suficiente integrar a mulher ao modelo econômico como ele é. Nós precisamos desenvolver um ponto de vista novo para construir uma nova economia, na qual homem e mulher se unam para beneficiar a todos, e não somente a poucos privilegiados”.
Pesquisa
A conclusão dos pesquisadores da Oxfam tem como base entrevistas feitas com 120 mil pessoas em 10 países, nos cinco continentes, além de estudos da ONU, Fórum Econômico Mundial, Organização Internacional do Trabalho, Banco Mundial, etc.