Em Debate: Existir, reexistir, resistir: mulheres na linha de frente
(SESC São Paulo – acesse no site de origem)
A entrada das mulheres em profissões que outrora foram nichos exclusivos de trabalho masculino – processo também denominado feminização -, é uma das vertentes atuais dos estudos e do debate sobre a inserção, a evolução e a discriminação das mulheres no mercado de trabalho e não pode prescindir de uma perspectiva histórica.
No Brasil, a feminização de profissões tradicionalmente masculinas decorreu, entre outros fatores da entrada maciça das mulheres nas universidades nos anos 1970, e da ampliação dos seus interesses para além do casamento e da família.
Vale ressaltar que muitas das condições estruturais que permitiram essas mudanças de concepção decorrem de discussões e conquistas políticas feministas anteriores, que se expressaram na Constituição de 1988 que previa igualdade formal entre mulheres e homens.
Assim, a até hoje ativa contestação feminina dos “lugares de gênero” estabelecidos nos campos do trabalho e da formação favoreceram o crescimento do número de mulheres em várias áreas.
Mais mulheres, entretanto, não significaram a conquista da igualdade ou a eliminação das discriminações. Seus ganhos continuam menores que os dos homens e sua capacidade intelectual e competência profissional são questionadas. Uma nova segmentação interna franqueia a presença das mulheres em algumas áreas ou especialidades em detrimento de outras.
A ascensão a postos de alto comando segue vetada à maioria das mulheres: são os chamados tetos de vidro que interpõem barreiras à sua ascensão. Mulheres continuam as maiores responsáveis pela gestão do lar e da família. No cotidiano têm lugar conflitos provenientes da confrontação dos gêneros, estes entendidos como construções socioculturais sobre os lugares mais adequados para cada sexo na sociedade, causando sofrimento e adoecimento.
Trata-se de uma realidade pouco conhecida que leva muitos a pressupor que o mundo do trabalho em profissões de prestígio já está definitivamente conquistado pelas mulheres.
A mesa redonda “Mulheres em profissões de tradição masculina: um breve estado da arte” vai trazer à tona achados de pesquisa sobre dois campos de trabalho outrora masculinos visando conscientizar sobre as conquistas e os desafios.
Mulheres, Ciências e tecnologias: conquistas e desafios
Principais questões sobre a participação das mulheres nas ciências e tecnologias problematizando a maior ou menor presença feminina em diferentes áreas do conhecimento, em espaços de poder e decisão na área da pesquisa científica, bem como a representatividade dos(as) negros(as) no sistema de ciência e tecnologia nacional, baseando-se em estudos anteriores e em sistematização de estatísticas do CNPq.
Com Betina Stefanello Lima
Feminização da Advocacia no Brasil
A advocacia no Brasil vem se feminizando, hoje as mulheres são a maioria dos estudantes de Direito. Os escritórios têm admitido cada vez maior número de estagiárias e advogadas em início de carreira, mas à medida que avançam elas se tornam cada vez menos numerosas e poucas chegam ao topo. Com base em entrevistas realizadas com profissionais da advocacia, serão discutidos os principais obstáculos enfrentados por essas mulheres e também algumas estratégias utilizadas para a sua superação.
Com Patrícia Tuma Martins Bertolin.
Mediação: Maria Rosa Lombardi e Veridiana Parahyba Campos.
As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.
Condições especiais de atendimento, como tradução em libras, devem ser informadas por email ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.
[email protected] / 11 3254-5600
Palestrantes
Betina Stefanello Lima – Doutora em Ciências Sociais pela UNICAMP. Analista em Ciência e Tecnologia no CNPq.
Patrícia Tuma Martins Bertolin – Doutora em Direito do Trabalho pela USP. Professora do Programa de Pós-Graduação em Direito Político e Econômico da UPM.
Maria Rosa Lombardi – Doutora em Educação pela UNICAMP. Pesquisadora na Fundação Carlos Chagas, temáticas “mercado de trabalho e gênero”, “feminização de profissões masculinas”.
Veridiana Parahyba Campos – Doutora em Sociologia pela UFPE. Bolsista na Fundação Carlos Chagas onde trabalha temáticas “feminização de profissões masculinas”, “feminismos”.