Dados coletados entre janeiro e junho deste ano correspondem a 47% do registrado em 2017
(O Globo, 07/08/2018 – acesse no site de origem)
A Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência recebeu 72.839 denúncias, que incluem relatos de violência sexual, homicídio, cárcere privado e outros, entre janeiro e junho deste ano. Os registros foram feitos por meio do Ligue 180, serviço criado pelo governo federal em 2005 para dar assistência às vítimas.
Os números sobre violência contra a mulher são divulgados pelo Ministério dos Direitos Humanos, nesta terça-feira (dia 7 de agosto), dia em que a Lei Maria da Penha completa 12 anos.
Os dados dos primeiros cinco meses do ano correspondem a 47% do total registrado em 2017 (156.839). O governo destaca, porém, que, em alguns casos, houve um aumento do número de denúncias. Foram constatados os crescimentos de 37,3% nos relatos de homicídio e de 16,9%, de violência sexual.
Os estados de onde mais partem denúncias são São Paulo (9.863), Rio de Janeiro (9.317), Minas Gerais (6.499) e Bahia (4.813). Na Região Norte, houve o maior crescimento no número de denúncias: Amazonas, 34,8% a mais; Roraima, 34,6%; e Amapá, 6,1%.
Em 2017, ao lançar campanha pela humanização do parto normal, o governo passou a incluir a violência obstétrica entre os tipos de denúncias recebidas pelo Ligue 180. Nos cinco primeiros meses do ano, primeiro período em que o tópico é destacado em levantamentos do ministério, foram recebidos 40 relatos desses casos.
Comandado pela Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, o Ligue 180 funciona 24 horas todos os dias, incluindo feriados e fins de semana. O ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, diz que o objetivo do governo “é possibilitar que todas as mulheres tenham acesso a serviços públicos de qualidade, com preservação da dignidade e garantia de direitos, de forma a reduzir os índices de violência contra as mulheres”.
Veja o detalhamento dos números registrados pelo Ligue 180 entre janeiro e junho de 2018:
Cárcere privado – 2.611 casos
Homicídio – 899 casos
Tráfico de pessoas – 102 casos
Violência física – 34 mil casos
Violência moral – 3.381 casos
Violência patrimonial – 1.447 casos
Violência obstétrica – 40 casos
Violência psicológica – 24.378 casos
Violência sexual – 5.978 casos
Assédio no esporte – 3 casos
Amanda Almeida