(UOL Notícias) Além de ter o braço quebrado em uma boate em Natal após se recusar a beijar o comerciante Rômulo Manoel Lemos do Nascimento, a estudante de direito Rhanna Umbelino Diógenes está sendo vítima de agressão virtual em um site apócrifo, de supostos amigos do agressor. Família e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pediram a retirada da página do ar, que possui conteúdos racistas e discriminatórios, além de incitar à violência contra a mulher. O site está hospedado em servidor no exterior, mas está sujeito às leis brasileiras, dizem especialistas.
“Nosso amigo Rômulo Lemos não merece esse tipo de perseguição midiática, pois apenas fez bem em quebrar o braço de uma baladeira que rejeita o homem branco; agora ela fica se vitimizando na internet e na mídia – com o intuito de conseguir fama nacional”, afirma o site, que diz ainda que Rômulo está sofrendo perseguição nacional e assinala que “enquanto vagabundas estiverem em circulação, torço para que haja mais ‘Rômulos Lemos’ para contê-las, pois mulher merece apanhar”.
Diante das ofensas e frases racistas, advogados da estudante já ingressaram com pedido de investigação no MPF (Ministério Público Federal) no Rio Grande do Norte para que descubra o responsável pela página e peça a retirada do conteúdo da internet. “É um crime um site daquele está na internet. É uma agressão e uma ofensa à sociedade. Ele não só agrediu minha filha como outras pessoas e cometeu vários crimes federais como racismo a nordestinos e apoio a estupros, entre outras atrocidades”, disse o pai da jovem, Kennedy Diógenes.
O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no Rio Grande do Norte, Paulo Eduardo Teixeira, afirmou que está endossando a representação dos advogados de Rhanna no MPF e informou que nesta quinta-feira (20) o conteúdo do site será discutido no Conselho Seccional da OAB. Teixeira disse que vai cobrar dos órgãos competentes que sejam aplicadas as penalidades cabíveis para o autor do site, além da retirada da internet.
Teixeira analisou o conteúdo do site e destacou conteúdos racistas e discriminatórios, além de incitação à violência contra a mulher. A página está hospedada em servidor no exterior, mas está sujeito à lei brasileira. – Site que estimula agressão a mulheres brasileiras se esconde nos EUA (R7 Notícias – 21/10/2011) / Crimes na internet devem ser regulados pelo Código Penal, defende jurista (Estadão.com – 21/10/2011)
Para ele, o conteúdo extrapola os direitos humanos, além do direito individual e coletivo. “Entendo que aquilo ali é uma violação aos direitos humanos. O conteúdo é bastante ofensivo por incitar a violência contra a mulher, os nordestinos. Rhanna é mais uma das vítimas desse site difamador, e ele tem de ser tirado do ar. Vamos tomar todas as medidas necessárias para coibir essa prática criminosa”, informou.
Leia a reportagem completa: Site defende rapaz que quebrou braço de jovem em Natal e diz que “mulher é para apanhar” (UOL Notícias – 19/10/2011)