Uma mulher de 24 anos morreu de infecção generalizada na Argentina após tentar interromper a gravidez utilizando um talo de salsa. O caso, ocorrido na última terça-feira (14), repercutiu no país, uma vez que ocorre menos de uma semana após o Senado argentino vetar a lei que legalizaria o aborto e ofereceria o procedimento gratuitamente na rede pública do país.
(UOL, 15/08/2018 – acesse no site de origem)
A gestante havia sido internada em um hospital da periferia de Buenos Aires com choque séptico e infecção generalizada. Ele teve o útero removido e foi transferida a outra unidade de saúde, mas acabou morrendo.
Identificada apenas como Liz, a argentina vivia em um bairro pobre da Grande Buenos Aires e deixa um filho de dois anos.
Uma das médicas que atendeu a jovem disse que “a ilegalidade submete as mulheres mais pobres a práticas mais desesperadas”, segundo reportou a mídia local.
A organização Campanha pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito lamentou a morte de Liz e divulgou um comunicado.
“Quantas mulheres e grávidas vão precisar morrer para entender que o aborto deve ser legal, seguro e livre na Argentina. A clandestinidade não salva nenhuma vida. A clandestinidade mata”, publicou.
Lei
O Senado da Argentina rejeitou, na quinta-feira (9), um projeto que propunha a legalização do aborto no país, por 38 votos a 31. Foram registradas uma ausência e duas abstenções.
Para avançar, era necessário que a maioria simples, 37 dos 72 senadores, tivesse aprovado o projeto.
Com a rejeição da proposta, a legislação do país segue como está: o aborto é crime e pode ser punido com até quatro anos de prisão. As exceções são gravidez decorrente de estupro, ou quando a mãe corra risco de morte.