A depressão reduz o rendimento salarial das mulheres em até 22%, uma vez que as violências física, psicológica e sexual aumentam a frequência de casos da doença no Brasil, aponta estudo realizado pela economista Fernanda Seidel Oliveira, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
(Época, 05/09/2018 – acesse no site de origem)
A pesquisa, realizada com base em dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra também que o salário de mulheres com depressão chega a ser 20% inferior ao de profissionais saudáveis do mesmo gênero.
A probabilidade de trabalhadoras com depressão procurarem trabalho também cai 10%, uma vez que muitas delas ficam prostradas em casa.
Segundo Fernanda, a pesquisa mostra que as mulheres que sofreram violência são as mais suscetíveis à depressão. Com isso, “ficam tristes e perdem vontade de sair de casa, o que afeta a produtividade no trabalho e bloqueia a possibilidade de ganhos maiores ou promoções”, explica.
O levantamento da Unicamp destaca que esse impacto psicológico é mais frequente em profissionais autônomas e menor nas funcionárias públicas, por conta da maior estabilidade no emprego.
“A economia se debruça pouco sobre a questão da depressão e da saúde mental. Existe o estudo do impacto da saúde na produtividade. No entanto, a depressão é vista como uma doença menor”, critica a pesquisadora da Unicamp.
Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que a depressão é a doença que mais causa perda de produtividade no mundo.