A ministra Damares Alves afirmou que o ministério não tem dinheiro para custear a Casa da Mulher Brasileira, projeto criado em 2013 para acolher mulheres em situação de violência. Mesmo com investimento federal na casa dos 70 milhões, a iniciativa coleciona histórico de atrasos em obras e de mau funcionamento.
(Universa, 16/04/2019 – acesse no site de origem)
“Manter a Casa da Mulher [Brasileira] pelo ministério é impossível”, respondeu a ministra às deputadas na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Câmara dos deputados, nesta terça (16). “A gente quer continuar o programa, talvez em um formato menor. A gente quer encontrar alternativa”, diz. “Temos que encontrar uma alternativa, mas o ministério não tem como custear.”
Damares pediu para deputadas lutarem para maior orçamento da pasta, e diz ser impossível custear a Casa da Mulher Brasileira
O ministério, segundo ela, financia a construção da Casa e o governo municipal ou estadual banca o atendimento. Sem citar nomes, Damares, à frente do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, afirmou que governadores e prefeitos se recusaram a custear a casa.
A ministra deu opção de oferecer formatos menores do serviço, que vão de 10 milhões a 250 mil reais e de negociar o investimento a partir de emendas dos parlamentares.
Obras paradas
Em São Paulo, a prefeitura assumiu e investiu 1,5 milhão para a conclusão do projeto em março do ano passado, embora reportagem da Folha, publicada um ano depois, mostre que a obra iniciada em 2015 ainda não foi concluída.
A única unidade em pleno funcionamento é a de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, que Damares afirma também ter sido custeado pela prefeitura, e do Distrito Federal. Em estados como Santa Catarina houve doações de terrenos à União, mas o projeto nunca saiu do papel.
Marcos Candido