Em 2018, todos os dias quase 13 mil mulheres foram agredidas fisicamente, em média, no Brasil. Mais de 4 mil foram espancadas
(Jornal Nacional, 11/05/2019 – acesse no site de origem)
Para dar apoio às vítimas de violência, a Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos lançou a campanha “Em Defesa Delas”. O objetivo é incentivar as mulheres a denunciar o agressor e a buscar proteção.
São milhares de mulheres que acordam e vão dormir com medo de sofrer algum tipo de violência. A cada duas horas, uma mulher é assassinada no Brasil.
“Isso sempre aconteceu. Só que agora aparece mais e as políticas públicas são rasas, então elas continuam as mesmas. Já passou da hora da gente fingir que não está vendo”, diz a assistente social Hellen Rizotto.
Um dos caminhos que as mulheres vítimas de algum tipo de violência podem buscar é a defensoria pública. “Se a mulher se sentir vulnerável ou se ela tiver alguma dúvida, ela não precisa esperar esse fato acontecer, uma violência acontecer, ela pode procurar a defensoria pública para se informar a respeito dos direitos que estão disponíveis a ela na Lei Maria da Penha. E essa mulher vai ter direito ao que a gente chama de medidas protetivas de urgência”, explica Rita Lima, defensora pública do Distrito Federal.
Só em 2018, todos os dias quase 13 mil mulheres foram agredidas fisicamente, em média, no Brasil. Mais de 4 mil foram espancadas. Vítimas de todo tipo de agressão já procuraram a ajuda da Defensoria Pública, que faz cerca de 50 mil atendimentos por ano. E a maior parte dessas mulheres foi agredida dentro da própria casa.
“Ela pode entrar com ação para garantir outros direitos que ela queira naquele momento, por exemplo, pedir divórcio, pedir guarda de filho, pedir suspensão das visitas caso o agressor esteja usando isso pra ameaçá-la, então ela pode sim procurar o serviço da defensoria, inclusive, só pra orientação e entrar com ação judicial quando ela achar necessário”, diz Debora Cristina Pezzuto, defensora pública do estado de SP.
As mulheres também podem denunciar as agressões pelo Disque Denúncia, pelo 180. Em 2018, o serviço registrou mais de 90 mil denúncias.
O Jornal Nacional conversou com uma mulher que superou o medo do ex-marido e denunciou as agressões. Ainda é difícil viver com tranquilidade, mas com apoio ela conseguiu sair do ciclo de violência: “A minha dica pessoal mesmo é que procure um atendimento, procure a defensoria, um atendimento psicológico que é o que ajuda a gente muito, ajuda a gente a ter força, não deixa essa situação prender você. Você só precisa de um pouquinho de força, coragem para buscar o seu norte, para buscar resgatar sua vida”.