Cooperação entre as duas agências abarca projetos de infraestrutura, compras públicas e gerenciamento de projetos que implementam em parceria com os governos da região
A ONU Mulheres, Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, e o Escritório das Nações Unidas para Serviços de Projetos (UNOPS) assinaram um acordo para fortalecer a colaboração em suas atividades a favor da igualdade de gênero e do empoderamento das mulheres na América Latina e no Caribe.
(ONU Mulheres, 08/08/2019 – acesse no site de origem)
O acordo entre as duas organizações foi assinado na Cidade do Panamá por Maria-Noel Vaeza, diretora regional da ONU Mulheres para as Américas e o Caribe; e Fabrizio Feliciani, diretor regional para a América Latina e o Caribe do UNOPS, na última sexta-feira (2/8).
O acordo assinado facilitará a implementação de ações conjuntas, o desenvolvimento de capacidades e o intercâmbio de boas práticas para fortalecer a incorporação da perspectiva de gênero e a paridade de ambas as agências e de suas respectivas atividades na América Latina e no Caribe. A ONU Mulheres e o UNOPS se complementarão por seu conhecimento e experiência na inclusão da abordagem de gênero em projetos de infraestrutura, compras públicas e gerenciamento de projetos que implementam em parceria com os governos da região.
O empoderamento das mulheres aparece como uma questão chave e transversal na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e é um elemento indispensável promover o acesso aos direitos humanos de mulheres e meninas e impulsionar o progresso em cada um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Notavelmente, o ODS 9 tem como um de seus objetivos “desenvolver infraestrutura confiável, sustentável, resiliente e de qualidade, incluindo infraestrutura regional e transfronteiriça, para apoiar o desenvolvimento econômico e o bem-estar humano, com ênfase especial no acesso equitativo e acessível para todas e todos”.
Este objetivo é central, pois muitas vezes as necessidades de mulheres e meninas não são incorporadas nos projetos de desenvolvimento e infraestrutura. Isso resulta em marginalização e discriminação, o que afeta seu acesso à segurança e o pleno exercício de direitos, bem como sua capacidade de contribuir igualmente para a sociedade.
Maria-Noel Vaeza, diretora regional da ONU Mulheres, ressaltou que: “Este acordo é um passo importante em nosso trabalho conjunto sobre desenvolvimento sustentável e empoderamento das mulheres e, em particular, para contribuir para a transformação da maneira como planejamos e administramos a infraestrutura de nossas sociedades para que todas as pessoas possam contribuir e se beneficiar dela, especialmente mulheres e meninas. Da ONU Mulheres estamos trabalhando com todas as agências das Nações Unidas para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o que só será possível com a liderança, participação total e contribuição de todas as mulheres”.
Por sua parte, Fabrizio Feliciani, diretor regional do UNOPS, disse o seguinte: “Incorporar a perspectiva de gênero nos programas e projetos do setor público não é apenas uma necessidade imperativa de se embarcar no caminho da igualdade. Também é algo muito prático multiplicar as conquistas, eficiências e efetividade do que fazemos. Como líderes, o que temos a fazer é explicar a todos que, se a perspectiva de gênero for melhorada em cada programa público: será mais bem-sucedida, será mais eficaz, certamente mais eficiente! Temos que descartar do inconsciente coletivo que ‘temos que fazer um favor às mulheres’: o que temos que explicar é que temos que colocar o enorme potencial das mulheres em ação para ter programas bem-sucedidos. É por isso que, para o UNOPS, a inclusão da perspectiva de Gênero e Diversidade é fundamental em nossa abordagem de gestão pública justa e equitativa”.
Parceria no Brasil – No Brasil, a ONU Mulheres e o UNOPS desenvolvem duas ações importantes. A primeira delas é a campanha digital #MulheresNaInfra, realizada desde março nas redes sociais, em seguimento ao tema “Proteção Social, Serviços Públicos e Infraestrutura” da 63ª Sessão da Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres, ocorrida neste ano. O objetivo da campanha #MulheresNaInfra é chamar a atenção para a atuação de mulheres profissionais na área de infraestrutura e informar sobre como o investimento em infraestrutura pode contribuir para promover a igualdade de gênero.
Além disso, para este segundo semestre, está previsto o lançamento de um manual com diretrizes para o planejamento de parques diversos e inclusivos, que contempla os temas infraestrutura e parcerias público-privadas (PPPs). O material está sendo elaborado a partir de experiência no município de Porto Alegre.