O Fundo para Equidade Racial – Fundo Baobá – lançou hoje (2), no Museu de Arte do Rio (MAR), o Programa Marielle Franco de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas Negras, para ampliar a participação de mulheres negras em posições de poder e influência. O programa homenageia a vereadora carioca assassinada em março de 2018.
(Agência Brasil, 02/09/2019 – acesse no site de origem)
As inscrições para dois editais do projeto serão abertas amanhã no site do fundo. Um dos editais é focado no desenvolvimento de mulheres negras líderes, que oferece bolsa de formação técnica e política a 60 mulheres de todo o país, com duração de 18 meses. O outro é oferecido a organizações sociais, coletivos e grupos de mulheres. Serão selecionadas dez instituições que terão aporte financeiro por 18 meses para desenvolver suas capacidades institucionais e melhorar suas habilidades de gestão, finanças, marcas, capacitação.
Em entrevista à Agência Brasil a diretora executiva do Fundo Baobá, Selma Moreira, disse que as organizações negras historicamente sempre tiveram mais dificuldades de acessar recursos. “Então, para nós, o processo de formação é fundamental para permitir que as organizações estejam mais preparadas para conquistar seus espaços. É disso que se trata.”
Fortalecimento
Desde sua criação, em 2011, até o final do ano passado, o Baobá apoiou 101 projetos, sempre focados na promoção da equidade racial. Os investimentos somaram quase R$ 6 milhões. “Isso pensando sempre em atuar em editais que sejam primeiro um modelo democrático, para que as organizações tenham condições iguais de concorrer aos recursos”, afirmou a diretora. Os projetos envolveram temas como cultura, educação, negócios, desenvolvimento econômico e olhar feminino.
Bolsa
O edital Programa de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas Negras concederá bolsa de R$ 40 mil para cada mulher selecionada. Já o edital Fortalecimento de capacidades de organizações, grupos e coletivos de mulheres negras disponibilizará até R$ 170 mil para cada organização.
A ideia, segundo Selma Moreira, é fazer com que as ideias e ideais das mulheres e instituições negras circulem e tragam novos resultados para o bem público.
As inscrições serão recebidas até o dia 4 de outubro e a divulgação dos projetos vencedores ocorrerá no dia 20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra, que homenageia Zumbi dos Palmares, último líder do maior dos quilombos nacionais.
O início dos processos de integração e formação está previsto para janeiro de 2020.
Por Alana Gandra