Segundo a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), foram 3.303 ligações recebidas e 978 denúncias registradas entre 17 e 25 deste mês
(O Globo, 27/03/2020 – acesse no site de origem)
Dados do Ligue 180 divulgados nesta sexta-feira (27) demonstram que durante a quarentena recomendada como forma de conter a propagação do novo coronavírus houve um aumento de 8,5% no número de ligações para o canal que recebe denúncias de violência contra a mulher do governo federal.
Segundo a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH), a média diária entre os dias 1 e 16 de março foi de 3.045 ligações recebidas e 829 denúncias registradas, contra 3.303 ligações recebidas e 978 denúncias registradas entre 17 e 25 deste mês. No número de denúncias, o aumento registrado foi de 18%.
Especialistas e organizações de defesa dos direitos das mulheres já vinham apontando para a possibilidade de aumento de casos de violência doméstica neste período, uma vez que o confinamento obriga vítimas a conviverem com seus agressores por longos períodos.
“Pela nossa experiência, sabemos que o agressor é, na maioria das vezes, uma pessoa da família ou então muito próxima. Por isso, durante a quarentena, estamos reforçando os mecanismos que ajudam essas mulheres a denunciar”, disse a ministra Damares Alves, em nota publicada no site da pasta. O comunicado diz ainda que o ministério planeja lançar um aplicativo e um site para o Ligue 180, para que as denúncias possam ser feitas de forma mais segura pela vítima.
Mulheres vítimas de violência no Rio de Janeiro podem registrar denúncia pelo Ligue 180, do governo federal, podem acionar a Polícia Militar, pelo 190, ou podem registrar boletim de ocorrência junto às delegacias da mulher, que continuam funcionando 24 horas por dia em todo o estado, ou em qualquer delegacia comum. O atendimento especializado na Defensoria Pública também segue em funcionamento, mas à distância, por e-mail e por telefone (21 2332-6371 – [email protected]).
— As mulheres acabam ficando mais vulneráveis em uma situação como essa, mas isso não as impede de buscar ajuda. Os casos emergenciais continuam sendo atendidos. Esses serviços não vão deixar de funcionar — alertou promotora de Justiça Lúcia Iloízio, sub-coordenadora criminal do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.