As mulheres tiveram rendimento médio mensal 28,7% menores do que dos homens em 2019. Enquanto eles receberam R$ 2.555, acima da média nacional (R$ 2.308) para todos os trabalhos, elas ganharam R$ 1.985, segundo o módulo Rendimento de Todas as Fontes, da PNAD Contínua, divulgado hoje (6) pelo IBGE.
(Agência IBGE, 06/05/2020 – acesse no site de origem)
No ano passado, havia no mercado de trabalho brasileiro 92,5 milhões de pessoas ocupadas com 14 anos ou mais, uma alta de 2,6% em relação a 2018. Mais da metade da população em idade de trabalhar era formada por mulheres (52,4%), no entanto, os homens representavam 56,8% da parcela da população que efetivamente trabalhava. Parte das mulheres não podem trabalhar porque não contam com creche para deixar os filhos.
Em todas as grandes regiões do país, a participação masculina na população ocupada foi superior à feminina, sendo que o Norte teve a menor estimativa de mulheres trabalhando (38,7%). O Sudeste (44,5%), o Sul (43,8%) e o Centro-Oeste (43,3%) registraram as maiores participações femininas na ocupação em 2019. Já o Nordeste (41,8%) teve o maior avanço percentual desde 2012, início da série histórica.
A participação no mercado de trabalho também variou conforme a cor da pele. No ano passado, os brancos eram 44,8% da população ocupada, enquanto os pardos 43,7% e os pretos, 10,4%. Os dados da pesquisa mostram, porém, que a participação brancos caiu 4,1 pontos percentuais desde 2012. Já a ocupação de pretos e dos pardos subiram 2,3 e 1,5 ponto percentual, respectivamente.
“O salário das pessoas brancas (R$ 2.999) foi maior do que o pago a pardos (R$ 1.719) e pretos (R$ 1.673). Brancos tiveram rendimentos 29,9% superiores à média nacional (R$ 2.308), enquanto os pardas e pretos receberam rendimentos 25,5% e 27,5%, respectivamente, inferiores à média nacional”, detalhou a analista da pesquisa, Alessandra Scalioni Brito.
Trabalhador com nível superior ganha seis vezes mais
Por outro lado, o nível de instrução do trabalhador brasileiro com, no mínimo, o ensino médio completo subiu de 59,3% para 60,8% no ano passado. Do total de ocupados, 24,6% não tinha instrução ou possuíam somente o ensino fundamental incompleto. Esse grupo era maior (25,8%) em 2018.
Na comparação com 2012, início da série histórica, o maior crescimento ocorreu no ensino superior completo, que correspondia a 14,8% dos ocupados naquele ano, passando para 20,8% em 2019.
As pessoas que não possuíam instrução em 2019 ganhavam, em média, R$ 911, menos que o salário mínimo (R$ 998, na ocasião). Por outro lado, o rendimento das pessoas com ensino fundamental completo ou equivalente foi 61,5% maior, chegando a R$ 1 472.
Já os trabalhadores com ensino superior completo ganharam, em média, R$ 5.108 – renda três vezes maior que a daqueles que tinham somente o ensino médio completo e cerca de seis vezes que o rendimento dos trabalhadores sem instrução. “O trabalhador brasileiro está mais escolarizado. A pesquisa confirma que quanto maior o nível de instrução, maior o rendimento”, comentou Alessandra Brito.
Renda no Sudeste é 61,9% maior que no Nordeste
Já o rendimento médio mensal no país de todos os trabalhos, desconsiderando outras fontes, foi de R$ 2.308 em 2019. Enquanto profissionais do Sudeste, do Centro-Oeste e do Sul receberam R$ 2.572, R$ 2.480 e R$ 2.428, no Norte e Nordeste ganharam 1.687 e R$ 1.588, respectivamente. A diferença chega a 61,9% entre Sudeste e Nordeste, os dois extremos.
Em relação ao ano de 2018, as Regiões Nordeste e Sul apresentaram aumento de 2,3% e 1,5%, respectivamente. Por outro lado, Norte (6,4%) e Centro-Oeste (2,2%) tiveram as maiores reduções em 2019.
Por Alerrandre Barros | Arte: Brisa Gil