A imagem do leito ocupado por uma mulher que fez aborto pode ajudar as pessoas de curta imaginação em aproximar-se de outra maneira a essa questão
(El País | 27/07/2020 | Por Debora Diniz e Giselle Carino)
“O aborto é uma questão de saúde pública”, dizem os pesquisadores. A tese parece abstrata, pois como uma prática criminalizada poderia ser uma necessidade de saúde pública? A pandemia de covid-19 é pedagógica. Porém, a pedagogia é de horror: segundo a Organização Mundial de Saúde, todos os meses centenas de milhares de mulheres procuram os serviços de saúde para cuidados de aborto incompleto. Na Argentina, estima-se que são 3.330 mulheres; no Chile, 1.522; na Colômbia, 7.778; no México, 18.285. Segundo o Instituto Guttmacher, 760.000 mulheres na América Latina e Caribe buscam os serviços de saúde por complicações de aborto inseguro a cada ano: são 63.000 leitos a cada mês. Para cada mulher que chega a um hospital por aborto incompleto, o leito pode vir a ser ocupado duas vezes por ela: para os cuidados por aborto e pelo risco de adoecimento por covid-19.
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