Debate sobre interrupção da gravidez envolve demografia, desenvolvimento e democracia sexual
(Folha de S.Paulo | 11/12/2020)
O aborto é criminalizado no Brasil salvo nos casos de estupro, risco à vida da mãe e diagnóstico de anencefalia do embrião. Mas mesmo abortos legais sofrem pressões contrárias de ativistas anti-aborto, muitos deles religiosos.
A pastora evangélica Lusmarina Garcia, teóloga e feminista, diz que essa é uma questão de saúde, que nada tem a ver com fé. Diz que a Bíblia não condena o aborto. E que essa leitura dos textos é fruto da manipulação de uma sociedade patriarcal.
A pesquisadora Sônia Correa, que participou da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, do Cairo, em 1994, na qual surgiu o conceito de direitos sexuais e reprodutivos, explica porque essa noção vai muito além da questão do aborto.