(Estadão | 25/03/2021 | Por Eunice Aparecida de Jesus Prudente)
O feminismo constitui movimento político e doutrinador pelo reconhecimento da mulher como ser humano, inteligente, responsável pela própria vida com muitas contribuições à comunidade. Assim vem iluminando os movimentos sociais e a vida em sociedade, posto que ao analisar nossa convivência acendem holofotes sobre as questões sociais complexas. Ao atuar nas comissões da OAB-SP contra a discriminação racial, além do contato em processos judiciais, vi magistradas, principalmente muitas advogadas, de excelente nível de conhecimento, bem preparadas.
Também tenho militância no Movimento Negro desde os anos 1980, ao lado do jornalista e escritor Oswaldo de Camargo. Quatrocentos anos de escravização já nos precediam. E só hoje estamos discutindo as práticas discriminatórias violentas, expressões de sexismo, intolerâncias, racismo estrutural.
Mas convivemos no âmbito do Estado, enquanto forma racional e organizada de convivência. Nele, o conjunto dos cidadãos, ou seja, o povo, reconhece ser titular de poder político, exercido por meio de representantes eleitos ou legalmente instituídos, responsáveis pelas principais funções do poder – Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público.