(Universa | 23/04/2021 | Mariana Gonzalez)
“Fui estuprada dentro do casamento por diversas vezes, porque meu ex-marido queria me engravidar. Eu não podia tomar remédio nem usar camisinha.” O relato é da vendedora Sabrina, do Rio de Janeiro, que no ano passado contou, em depoimento a Universa, que passou três anos sendo vítima de estupro marital — quando o marido é o agressor — e que era proibida de usar métodos contraceptivos.
Como Sabrina, 25% das mulheres no mundo não têm autonomia para dizer não ao sexo e 9% não podem decidir sobre quando usar métodos contraceptivos, segundo um novo relatório divulgado pela UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas). O documento, intitulado “Meu Corpo Me Pertence”, mostra que quase metade das mulheres (45%) no mundo não tem total autonomia sobre seus corpos.
Para chegar a esta conclusão e a outros índices igualmente alarmantes, a UNFPA reúne dados sobre mulheres de 57 países, acerca da autonomia delas em decidir sobre três principais pontos: sexo (se, quando e com quem querem ter relações sexuais), contracepção (se e quando usar) e cuidados com a própria saúde.