Caso Tatiane Spitzner: entenda em cinco pontos por que condenação de Luís Felipe Manvailer por feminicídio é considerada um marco

14 de maio, 2021

(O Globo – Celina| 13/05/2021 | Por Leda Antunes)

Faz quase três anos que as imagens de Tatiane Spitzner sendo agredida pelo marido, o professor Luís Felipe Manvailer, no elevador do prédio onde moravam em Guarapuava, interior do Paraná, chocaram o Brasil. As cenas gravadas pelas câmeras de segurança do edifício mostram os momentos que antecederam a morte da advogada, na noite de 22 de julho de 2018. Tatiane foi asfixiada e jogada pela janela do apartamento do casal. Na última segunda-feira (10), Manvalier foi condenado a 31 anos, 9 meses e 18 dias de prisão pelo feminicídio de Tatiane e por fraude processual.

As imagens no elevador chocam por sua violência, mas também pela omissão de vizinhos, que não intercederam quando ouviram a advogada pedir por socorro. O crime teve grande repercussão na época, não só por sua crueldade, mas também por mostrar como a violência doméstica ainda é tida como um problema de foro íntimo, mesmo depois de mais de uma década de vigência da Lei Maria da Penha.

Por isso, para as especialistas ouvidas por CELINA, a condenação de Manvalier pode ser considerada um marco importante no combate à violência contra a mulher no Brasil. Elas apontam ainda a necessidade de se discutir, a partir deste julgamento, a paridade de gênero nos conselhos de sentença, uma vez que os componentes do júri que julgou Manvalier eram todos homens. Outro ponto criticado foi a “simulação de agressão”, utilizada pelo advogado de defesa do réu nas alegações finais, que chacoalhou uma colega em pleno tribunal.

Abaixo, entenda em cinco pontos porque a condenação de Manvalier pelo feminicídio de Tatiane Spitzner é um marco e quais debates precisam ser feitos a partir deste julgamento.

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