Denúncias contra práticas violentas cujo objetivo é minar a mulher no ambiente político começam a se tornar mais frequentes, apesar de luta ainda ser longa
(Estado de Minas | 12/09/2021 | Por Larissa Ricci)
Danos psicológicos, importunação sexual, assédio… Crimes e agressões que ocorrem historicamente contra as mulheres no meio político, enfim, começam a ganhar compreensão na sociedade e denúncias formais no legislativo. O fim desse tipo de violência – presente da direita à esquerda – ainda está longe, mas cada vez menos elas se calam e as vozes dão dimensão ao problema estrutural. Em pleno 2021.
Imagine uma vereadora, em pleno exercício da função, durante uma votação, escutar de um colega que ela “tem tesão” nele. É repugnante até cogitar tal situação, mas o caso se tornou alvo de denúncia de importunação sexual, assédio moral e quebra de decoro na Câmara Municipal de Porto Alegre.
“Acabei de ouvir do vereador Alexandre Bobadra (PSL) que tenho ‘tesão’ nele, uma típica demonstração do machismo que nós mulheres somos submetidas”, escreveu a vereadora da capital gaúcha Bruna Rodrigues (PCdoB). “Que a Câmara de Vereadores é um espaço hostil às mulheres eu já sabia. Talvez alguns homens desse lugar é que não sabem que sou do tipo das que não leva desaforo pra casa. Medidas estão sendo tomadas”, finalizou, antes de protocolar a denúncia na Comissão de Ética da Câmara local.