Vítimas constantes de violência doméstica, relações tóxicas, privação social e agressões psicológicas são 30 vezes mais propensas a morrer por suicídio
(Nexo | 24/09/2021 | Por Ireuda Silva)
No final deste Setembro Amarelo, esperamos que os resultados da campanha de prevenção ao suicídio perdurem o ano todo, dando mais uma contribuição para alertar sobre esse problema que ceifa milhões de vidas todos os anos. São pessoas de todas as idades, gêneros e classes sociais que atentam diariamente contra a própria vida, acendendo um alerta vermelho entre autoridades e governos. Tratar dessa questão, porém, exige uma capacidade de enxergá-la de maneira ampla e por diversas perspectivas, inclusive aquelas que, a princípio, nada parecem ter a ver com suicídio. Entre tantas, tratarei aqui da questão de gênero.
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2021, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram 12.895 suicídios no Brasil em 2020, uma variação de 0,4% em relação a 2019. Os dados revelaram que a tendência no país é de alta, já que em 2012 foram 6.905 casos. Desse modo, é necessário que haja uma ampliação consistente de medidas preventivas e de amparo a quem necessita de acompanhamento psicológico.
Temos, por exemplo, o Ligue 188, que faz um excelente trabalho ao atender e dar suporte a quem está psicologicamente fragilizado e precisando de apoio. Considerando que muitas vidas já foram salvas, é de suma importância fortalecer cada vez mais essa rede salvadora.
Ireuda Silva é mãe, palestrante, ativista social, racial e de gênero e vereadora de Salvador (Republicanos). Iniciou sua carreira no mundo empresarial, foi coordenadora da Iurd TV, canal da Igreja Universal do Reino de Deus, durante 18 anos e criou o projeto Mulheres Notáveis, que se dedica a promover a autoestima e a autoafirmação da mulher. Atualmente, é graduanda em gestão pública e está no segundo mandato como vereadora, após ter sido reeleita com 12.098 votos (a mulher mais votada da Bahia). Na Câmara Municipal de Salvador, é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice-presidente da Comissão de Reparação. Criou a campanha carnavalesca, reconhecida internacionalmente, “Meu corpo não é sua fantasia”, que visa alertar para o assédio sexual e a violência contra a mulher.