Assédio moral ou sexual atinge mais de um terço das mulheres que trabalham na gastronomia

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Foto: Mídia Ninja

20 de outubro, 2022 Vogue

Primeiro estudo nacional com recorte de gênero no setor escancara abusos, falta de protagonismo feminino e busca ampliar a conversa sobre a importância da equidade de gênero e um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para todos

(Laís Franklin/Vogue) Você já teve a sua capacidade de executar uma tarefa questionada apenas pelo fato de ser mulher? Já sofreu assédio moral ou sexual no ambiente de trabalho? Teve alguma ideia original roubada por outro colega de trabalho e cogitou mudar de profissão por sofrer preconceito de gênero constante? Situações como essas foram investigadas em uma pesquisa inédita feita pela Stella Artois e Ipsos, a qual Vogue teve acesso em primeira mão, para aprofundar esse debate urgente no setor gastronômico. “Identificamos que havia uma conversa escondida na cozinha e a trouxemos para a mesa. A nossa pesquisa expôs situações cotidianas de assédio com as quais as mulheres profissionais da gastronomia se deparam. São dados graves e que mostram para nós o quanto o mercado da gastronomia, como toda sociedade, precisa conversar sobre equidade de gênero e lutar por um ambiente mais respeitoso, acolhedor e que dê protagonismo para as mulheres”, pontua Mariana Porto, diretora de marketing de Stella Artois.

O novo estudo, que tem como foco o recorte de gênero, aponta que 36% das mulheres entrevistadas em território nacional concordam que muitas chefs já sofreram assédio moral e/ou sexual ou foram expostas a situações constrangedoras na cozinha. “Há muito assédio dentro da cozinha, principalmente em cima de mulheres. A cozinha profissional pode ser um ambiente muito hostil porque herdamos uma herança muito militarizada, machista, ditatorial e hierarquizada ao extremo”, revela Bela Gil, em entrevista exclusiva à Vogue. “Por isso que esse movimento é importante para podermos quebrar o estereótipo de que o bom chef é aquele que quebra pratos, joga panelas em cima das pessoas e grita o tempo todo. Já chegaram relatos de pessoas que iam até a câmara fria chorar por não estarem aguentando situações revoltantes como essas”, completa a chef baiana.

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