BBC dobra presença de mulheres em seus programas em um ano

21 de maio, 2019

Emissora britânica criou projeto para aumentar participação feminina em suas produções

(Folha de S.Paulo, 21/05/2019 – acesse no site de origem)

A BBC anunciou um aumento da presença de mulheres em seus programas no último ano. Em abril de 2019, 57% de suas produções tiveram ao menos 50% de participação feminina, mais do que o dobro registrado há um ano.

O projeto 50:50, lançado em abril de 2019, estabeleceu a meta de 50% de participação feminina em suas atrações, em funções como apresentadora, repórter, comentarista, personagem de reportagens e especialista.

No ano passado, 74 programas em inglês e dez serviços estrangeiros se comprometeram a atingir essa meta. Naquele momento, só 27% deles
registravam ao menos metade de participação feminina em seus programas.Um ano depois, 74% deles atingiram a marca, segundo um comunicado divulgado pela emissora.

Em todas as produções da BBC, o equilíbrio de participações entre homens e mulheres subiu de 26% para 57% em um ano.

Ao longo do ano, mais equipes da BBC aderiram ao projeto. Atualmente, mais de 500 times internos se comprometeram com a meta de aumentar a
participação feminina.

O projeto também foi levado ao noticiário esportivo, político e econômico, áreas nas quais a presença masculina costumava ser maior. O programa Sportsday, que tinha apenas 20% de participação de mulheres, viu o índice subir para 43% em abril de 2019.

A BBC compartilhou a metodologia do projeto com outras 20 empresas de mídia, incluindo Financial Times, ABC News e Fortune.

Segundo a estatal britânica, uma pesquisa mostrou que mais de um terço de sua audiência disse ter percebido a presença maior de mulheres na programação. Ainda de acordo com o levantamento, um quinto das mulheres disse que a mudança aumentou sua satisfação ao assistir aos programas de TV.

O projeto 50:50 foi criado meses depois de a BBC ser acusada de pagar salários menores a mulheres executivas na comparação com homens em cargos similares.

Em 2017, uma editora na China, Carrie Grace, pediu demissão depois de descobrir que recebia metade do valor pago a colegas homens.

A desigualdade salarial na emissora está sendo investigada por uma comissão do governo britânico. A BBC é mantida com dinheiro de impostos recolhidos no Reino Unido, mas funciona de modo independente do governo.

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