Presidenciáveis são atacadas nas redes sociais. Candidatas ao legislativo também sofrem com machismo e racismo nas ruas
(Ahmad Jarrah, Bruna Obadowski e Juliana Arini, de A Lente/Azmina)
Pela primeira vez desde a redemocratização do país, a região Centro-Oeste teve dois nomes na disputa à presidência da República. Mais do que isso, foram mulheres: Simone Tebet (MDB-MS) e Soraya Thronicke (União Brasil-MS). E, se a projeção nacional as fez enfrentar uma série de ataques nas redes sociais desde o início da campanha, do outro lado, candidaturas a cargos regionais, principalmente de grupos minorizados, se depararam com agressões diretas nas ruas e até ameaças de morte. A violência política de gênero no Centro-Oeste, região do agronegócio, não tem viés ideológico único: atinge candidatas de esquerda, centro e direita, estende-se às eleitoras, influenciada pelo que dizem o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores.
Segundo dados do MonitorA 2022, projeto da Revista AzMina em parceria com InternetLab e Núcleo Jornalismo, Tebet e Thronicke respondem por 90% de todas as interações registradas em quatro semanas de monitoramento, grande parte com mensagens ofensivas. O projeto acompanhou 32 candidatas na região. Além da reprodução de discursos de Bolsonaro e seus apoiadores, a despersonalização é uma característica frequente nas mensagens, que tentam associar as duas candidatas.
Em muitos momentos, Simone e Soraya viram uma única personagem – ora de propósito, ora porque sendo confundidas. Os ataques na internet também atrelam as presidenciáveis sul-mato-grossenses à figura de uma dupla sertaneja. Essa estratégia ofensiva não se repete quando falamos dos candidatos do sexo masculino. Mesmo os aliados são tratados de forma individual.
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